O Alkantara Festival apresenta a sua 14ª edição, entre os dias 25 de maio e 11 de junho, marcada por um questionamento das ligações entre o passado, a atualidade e o futuro, entre a tradição e a modernidade.
Um total de 25 espetáculos, de criadores nacionais e internacionais, decorrerão em vários espaços de Lisboa: Espaço Alkantara, Centro Cultural de Belém, Culturgest, Maria Matos Teatro Municipal, Jardim do Torel, São Luiz Teatro Municipal, Cinema São Jorge e Teatro Nacional D. Maria II.
A edição deste ano do Alkantara Festival contará com: Faustin Linyekula (República Democrática do Congo) – Artista na Cidade 2016 com dois espetáculos – Sur Les Traces de Dinozord e The Dialogue Series: IV. Moya.
Takao Kawaguchi (Japão) apresenta About Kazuo Ohno, um trabalho que propõe o regresso às origens do butô e a colagem a uma das suas figuras mais emblemáticas, Kazuo Ohno.
Taoufiq Izeddiou, com En Alerte, e Radouan Mriziga, com 55, ambos nascidos em Marraquexe, criam, de formas muito diferentes, elos entre a dança contemporânea e o legado de uma riquíssima cultura islâmica.
Arkadi Zaides (Israel), com o espetáculo Archive, olha para o impacto de meio século de ocupação na sociedade israelita, partindo das imagens do projeto B´Tselem (que distribui câmaras pelos habitantes das populações da Cisjordânia, de Jerusalém Ocidental e de Gaza).
Rabih Mroué (Líbano) revisita em Riding on a Cloud o cenário trágico da guerra civil libanesa pondo em cena o seu irmão Yasser, numa corda bamba entre a realidade e a ficção.
Federico León (Argentina), com Las ideas, apresenta um espetáculo que traz para o palco os efeitos vertiginosos do processo criativo.
Christiane Jatahy (Brasil), com E Se Elas Fossem Para Moscou?, e tg STAN (Bélgica), com O Cerejal, partem de textos de Tchekhov para retratar temas contemporâneos como a emigração.
Collectif Jambe (França e Bélgica) apresenta-se com um projeto aberto e participativo sobre jogos e regras a desconstruir, que começa com um workshop de cinco dias que culmina com duas apresentações públicas.
Oriundos de Espanha, Quico Cadaval, Celso F. Sanmartín e Jose Luis Gutiérrez reencontram-se com as histórias da Galiza em Os Contos de Joselín enquanto que Roger Bernat abre-nos as portas da história do cinema para explorar a sempre difícil relação entre o público e a intimidade e El Conde de Torrefiel pinta o retrato de uma geração europeia à deriva em Escenas para una conversación después del visionado de una película de Michael Haneke.
Phillipe Quesne (França) conduz-nos a um lugar que pode ser uma caverna pré-histórica, a caverna de Platão ou um abrigo atómico com La Nuit des Taupes (Welcome to Caveland!).
Joris Lacoste (França) redefine a forma como as palavras ressoam juntas, libertando o seu potencial dramático, trágico ou cómico em Suite No2.
Numa colagem de narrativa e spoken word, histórias de paranoia, amor juvenil e ultra violência, Christopher Brett Bailey (Reino Unido) apresenta o seu primeiro espetáculo a solo THIS IS HOW WE DIE.
Em termos de artistas nacionais, o Alkantara Festival deste ano apresentará:
Segunda Feira: Atenção à Direita de Cláudia Dias, a criação de um combate de boxe num ringue de contornos políticos; Autointitulado de João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux, em que os dois coreógrafos regressam às suas experiências e memórias da dança para as asfixiarem de uma vez por todas.
A estreia mundial do novo espetáculo encenado por Gonçalo Waddington, O Nosso Desporto Favorito – Presente, no qual um cientista misantropo sonha com a criação de uma nova espécie humana livre das suas necessidades básicas (alimentação, digestão, talvez mesmo a reprodução).
Performances para o Alkantara de Sofia Dias & Vítor Roriz, em que o duo, que celebra dez anos de colaboração, propõe quatro performances distintas construídas a partir de objetos, escrita, texto e voz.
E finalmente, o festival encerrará com o concerto de Lula Pena, que apresentará o seu novo registo discográfico Archivo Pittoresco, a lançar no outono pela editora Crammed Discs.
Os bilhetes estão á venda na bilheteira Alkantara e nas bilheteiras dos respetivos teatros.
Texto de Ana Filipa Correia