Com um octeto, novos arranjos e convidados, Fernando Tordo celebrou no Tivoli em Lisboa na noite de 18 de março, 70 anos de vida e 50 de canções como compositor. Se fosse como cantor, seriam 54, do tempo em que às “bandas” se chamavam “conjuntos”
Deixou-se aplaudir à entrada em palco, pegou na guitarra e sentou-se. “Muito boa noite a todos. Muito obrigado. Não tenho como agradecer a vossa presença (…) em tão grande qualidade”.
“Como Se Faz Uma Canção” foi o primeiro tema do alinhamento, contando a forma como surgiram as parcerias com o Poeta Ary dos Santos; “primeiro a melodia e depois a força da poesia”.
O octeto estreou-se no “Cavalo à Solta” quando a laranja amarga doce arrancou entusiásticos aplausos. Por ser a canção que fez para o festival da canção de 1971, brincou: “O que eu sobrevivi!”. Seguiu com “Coisas da Malta” e o “Nº2 do 6º Andar Frente” antes da primeira convidada – Anabela – com quem dividiu a “Balada dos Nossos Filhos” e a quem cedeu o palco para o “Para Te Dar Abrigo” (tema que compôs para o festival da canção de 2018).
“Só Ficou Amor Por Ti”, a sair no próximo trabalho com o Gaudêncio (Rui veloso), lembrou a sala que amar é dar tempero à vida.
Filipe Manzano Tordo – pianista classico – acompanhou o pai em “Os Cantores da Minha Terra” e o “Adeus Tristeza”, em nova orquestração, trouxe Marisa Liz que também cantou “Amigo Que Eu Canto”. “O Rato Roeu a Rolha” revelou a boa dicção de Fernando Travassos Tordo antes da estrela da noite, perdão, “Estrela da Tarde” mostrar, a quem não sabia, que Ricardo Ribeiro é de um país com grandes cantores e intérpretes de canções.”Se Digo Meu Amor” comprovou-o.
O som dos trompetes que anunciam a “Tourada” fizeram levantar o público das cadeiras e entoar o Lá lá lá la lalala la na despedida do concerto. “Acreditem que não há nada, nada que pague as emoções que eu vivi por causa (…) das canções “.
No encore, “Lisboa de Feira” e uma nota final de voz embargada: “Obrigado meus amigos. É uma emoção muito grande”.