Se muita mulher junta dá confusão, quando há ligações familiares entre elas, o circo está montado! 8 Mulheres, a peça de Robert Thomas, que estreou ontem no Teatro da Trindade, coloca-nos nesse palco. Uma casa, uma família de três gerações e um crime por resolver. Nesta espécie de “crime no expresso do oriente” todas são potenciais culpadas, mas todas adoravam a vítima, de quem eram próximas. Uma teia que se vai desfazendo à medida que se revelam segredos, numa peça produzida pela Tenda, que assinala o seu 10º aniversário.
Em vésperas de Natal, com a família reunida em casa, Marcelo, o pai, é encontrado morto, no seu próprio quarto, com uma faca espetada nas costas. O incidente, que vem, aparentemente, quebrar a harmonia familiar acaba por trazer ao de cima factos que cada uma das personagens guarda sigilosamente. Temos uma avó que se movimenta melhor do que parece e afoga mágoas na bebida, uma esposa com interesses extramatrimoniais, a cunhada solteirona de língua afiada, a tia com currículo pouco respeitável, a filha mais velha não tão exemplar como se julga, a filha mais nova mal-educada e birrenta, a governanta de pulso forte dada a outros amores e a nova criada, que tem maior ligação à família do que aparenta. Dado o isolamento, e pela cronologia dos acontecimentos, é excluída a hipótese deste crime ter sido cometido por alguém estranho. Mentiras e ressentimentos vêm ao de cima quando tentam descobrir qual delas matou Marcelo.
Com encenação de Hélder Gamboa, participam em 8 Mulheres Ângela Pinto, Carmen Santos, Catarina Mago, Custódia Gallego, Inês Castel-Branco, Joana Brandão, Paula Guedes e Victoria Guerra. Esta comédia policial pode ser vista até ao dia 1 de junho do Teatro da Trindade de quarta-feira a sábado, às 21h30 e aos domingos às 18h00. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam entre 8 e 15 euros.