A Fundação de Serralves, no Porto, e a Samsung desafiaram o artista João Paulo Feliciano para a criação de um projeto artístico capaz de envolver o público numa acção interactiva através da utilização de recursos tecnológicos: smartphones, tablets e tecnologia de realidade aumentada.
O resultado é uma instalação que incide sobre diversas expressões visuais e linguísticas espontâneas e populares que normalmente podemos encontrar nas paredes do espaço público. Com base numa recolha feita pelo artista de expressões comunicativas no espaço público, com carácter espontâneo, naif e subversivo, foi feita uma selecção de inscrições que foram aplicadas através de realidade aumentada às paredes da Casa de Serralves. Uma recontextualização que, apesar de virtual, confere um novo carácter às intervenções gráficas: subversivo, por um lado, mas não isento de humor e de sentido lúdico.
Ao percorrer a Casa de Serralves por dentro e por fora, o visitante pode apontar um smart phone e descobrir a intervenção do artista João Paulo Feliciano. A Casa de Serralves foi vandalizada, podem pensar alguns. Mas não. O que aconteceu é que o artista, em conjunto com a Fundação de Serralves e a Samsung, criou uma intervenção que pede a interacção do público. Nada se pode ver à partida, mas com a ajuda de smart phones e tecnologia de “realidade aumentada” desvendam-se inscrições pelas paredes, dentro e fora da casa, inspiradas nos “tags” que vemos por todo o lado, nas paredes dos edifícios.
A instalação está aberta ao público até 3 de junho, das 10h00 às 17h00 (aos sábados, domingos e feriados encerra às 19h00) e tem entrada gratuita.
Texto de Cristina Alves