A Gata e a Fábula de Fernanda Botelho é apresentado hoje, pela Editora Abysmo, no Teatro da Politécnica em Lisboa, numa sessão que contará com Jorge Silva Melo, Paula Morão, Joana Botelho e João Paulo Cotrim e leituras de Maria João Luís.
O caso de A Gata e a Fábula implica ainda o regresso a uma obra que tem no seu cerne a própria revisitação das origens, do mundo da infância das suas personagens, representantes, aquando da sua publicação, de uma geração que então se afirmava e questionava no suspenso mundo do pós-guerra português – tal como uma nova geração de escritores que então procurava novos caminhos para a nossa literatura. […]
Talvez uma das características fundamentais de todo o percurso de Fernanda Botelho seja a forma como a sua obra sempre conseguiu escapar a rótulos e a apreciações convencionais, revelando uma integridade inexcedível na sua constante e pessoalíssima busca por uma expressão justa da condição humana nesse Portugal da segunda metade do século XX. Refletindo o carácter inovador da sua escrita, a reação crítica aos seus romances foi sempre plural, ainda que virtualmente unânime a considerar a autora um talento excecional no panorama da literatura portuguesa contemporânea. Na sua crítica original, A Gata e a Fábula, Gaspar Simões, com efeito, salientaria a forma como Fernanda Botelho, desde o seu primeiro livro, se apresentara “com os pés bem assentes na terra e os olhos bem abertos para uma condição social da mulher que de maneira alguma se compadece com idealizações”.
Esta nova edição já está à venda e custa 17 euros.