A Morte do Corvo – peça de teatro imersivo regressa ao antigo Hospital Militar da Estrela, em Lisboa, rebatizado de House of Neverless, após uma primeira temporada com sessões quase sempre esgotadas.
Pessoa convida o seu grande amigo Mário para o ritual de iniciação à Ordem dos Corvos, uma sociedade que procura o segredo da vida para além da morte. A Ordem, liderada por Edgar Allan Poe, esconde-se no andar de cima da funerária Nevermore. Vários acontecimentos vão precipitar Pessoa num ciclo depressivo que terminará da pior forma. A rejeição da sua mulher Ofélia será o primeiro.
O segundo, o suicídio de Mário. E o derradeiro… um profundo descrédito em si próprio. Tudo isto orquestrado por Poe, movido por uma incontrolável inveja da genialidade de Pessoa. Bem-vindos ao funeral anunciado de um dos maiores poetas de sempre.
Sem falas, mas com uma grande componente musical e coreográfica, neste espetáculo imersivo viajamos até 1924. Com direção artística de Nuno Moreira, A Morte do Corvo ressuscita Edgar Allan Poe que morreu em 1849 e é uma ficção à volta duma relação tensa, ciumenta, entre o poeta americano com Fernando Pessoa, e a orquestração da sua morte.
É essa a trama principal, mas haverá vários acontecimentos secundários a decorrer em simultâneo onde os visitantes podem explorar livremente um espaço com cerca de dois mil metros quadrados, 30 salas, ao mesmo tempo que escolhem que personagens enigmáticas seguir, havendo 9 à escolha e podendo fazer vários percursos diferentes.
A produção tem um grande impacto visual, cénico e tecnológico, com “os detalhes pensados ao pormenor, desde o mobiliário de época, às fotografias, os livros, os quadros e até os cheiros que são diferentes de divisão para divisão. (…)”.
Os adereços e mobiliário de época, os cheiros e a banda sonora, especificamente desenhada para cada espaço, fazem-nos acreditar que saltamos para um tabuleiro do jogo Cluedo na vida real, com direito a seguir o suspeito que quisermos, explorando lugares que vão de um cabaré de burlesco a uma floresta iniciática, passando por um laboratório, quartos, salas de estar, escritórios e salas escondidas, onde só alguns sortudos são convidados a entrar.
A encenação é de Ana Padrão, a direção de coreografia está a cargo de Bruno Rodrigues e o elenco conta com as participações de Bruno Rodrigues, Celso Pedro, Ema Fonseca, Emanuel Arada, Gabriel Delfino Marques, Henrique Gomes, Leonardo Dias, Lia Goulart, Mariana Fonseca, Patrícia Borralho, Pedro Nuno, Rebeca Cunha, Sérgio Diogo Matias e Soraia Sousa.
O espetáculo tem a duração de cerca de 100 minutos, com dois loops sequenciais da mesma estória.
Os bilhetes estão disponíveis online e custam entre 38 euros (standard) e 60 euros (VIP), experiência esta que acrescenta uma sala exclusiva durante todo o evento e o poder assistir a cenas prévias, logo no início do espetáculo.
As sessões vão decorrer de quarta a sábado, às 21h00, e domingo às 17h00. A temporada está previsto terminar a 29 de outubro.
De referir que os visitantes durante o espetáculo, terão que usar máscara fornecida à entrada, manter silêncio e não interagir com os residentes, nem retirar objetos do sítio, informa a produção.