O grupo Porto Editora apresentou, no passado dia 6 de setembro, as novidades literárias para os últimos meses de 2019. São mais de 70 títulos distribuídos pelas chancelas Porto Editora, Assírio & Alvim, Livros do Brasil, Sextante Editora, Albatroz e Ideias de Ler.
O evento de apresentação decorreu, pela primeira vez, nas instalações sede do Grupo. A Porto Editora, que assinala 75 anos de atividade e cuja unidade gráfica e logística, destruída em março de 2018, inaugurou no dia 3 de setembro, promoveu uma visita guiada às instalações da sede, na invicta e às renovadas instalações da Bloco Gráfica e Zuslog, na Maia.
As Novidades
De setembro a dezembro, mais de 70 títulos compõem o catálogo de novidades do Grupo Porto Editora, cujas apostas editorias foram reveladas pelos editores, que destacaram alguns dos livros das diversas chancelas.
Com lançamento agendado para o dia 19 de setembro, com selo Porto Editora, Milkman de Anna Burns, vencedor de, entre outros galardões, do prémio Man Booker Prize 2018, é um romance poderoso e «uma comovente história feita de rumores e falatório, de aceitação e resistência, de silêncio e surdez intencional, que decorre no auge dos conflitos entre as duas irlandas e que espelha o que de pior há no ser humano». De acordo com o Júri do Prémio Booker, este livro de 384 páginas, é «uma história de brutalidade, intromissão sexual e de resistência, tecida com humor mordaz».
O autor sueco Tom Malmquist estreia-se no romance, depois de publicar várias obras poéticas, com o livro Em Todos os Momentos Estamos Vivos, que chegará aos escaparates das livrarias nacionais ainda este mês, com chancela Porto Editora. Traduzido para mais de 20 países, o romance é, segundo o The New York Times, «um dos cem livros mais notáveis do ano», numa história de perda e de dor, mas também de amor, «lembrando o leitor de que, mesmo no meio do caos, é sempre preciso continuar a viver».
De Richard Ford, considerado um dos melhores autores norte-americano vivo, chegará em meados deste mês às livrarias, a nova tradução do romance O Jornalista Desportivo, da Trilogia Bascombe, um «implacável testemunho dos desencantos inevitáveis e da corrosão das ambições». O romance, de 424 páginas, traz até ao leitor a história de «Frank Bascombe trinta e oito anos, uma namorada mais nova e um trabalho como jornalista desportivo. Para muitos homens da sua idade, isso seria motivo de alegria; porém, o desespero ronda-o a cada volta, lembrando-o das suas recentes perdas: o divórcio, a morte do filho mais velho e o ruir do sonho americano – uma vida pacata, na pequena cidade de Haddam, New Jersey.»
Com selo Porto Editora destaque para título, a editar em setembro, As Filhas do Capitão, de María Dueñas, autora do bestseller O Tempo Entre Costuras. Um romance histórico, que transporta o leitor até Nova Iorque, dos anos 30, com a história de três mulheres obrigadas a sobreviver numa sociedade machista. O livro constitui um maravilhoso tributo às mulheres e à emigração.
Numa viagem através da História do século XX, com personagens marcantes da história do Chile, Isabel Allende, vai buscar à citação de Pablo Neruda «longa pétala de mar, de vinho e de neve», o título para o seu novo romance, Longa Pétala de Mar, com edição prevista em novembro, pela mão da Porto Editora. Um retrato marcante do exílio espanhol, no final da década de 1930 e da ditadura franquista, com «personagens que descobrirão que numa só vida cabem muitas vidas e que, por vezes, o difícil não é fugir, mas regressar».
O fenómeno de vendas, Uma Vida Inteira, de Robert Seethaler, chega às livrarias em outubro, com selo Porto Editora. O livro foi nomeado Livro do Ano pelas livrarias alemãs, com mais de um milhão de vendas na Alemanha e com direitos editoriais vendidos para mais de 30 países, num «comovente retrato do que cabe nos anos que passam entre o primeiro sopro de vida e o último fechar de olhos».
Também em outubro e ainda com chancela Porto Editora, chega A Rede de Alice, de Kate Quinn. Outro fenómeno editorial, publicado em 26 países, o romance histórico passado entre as duas grandes guerras é «parcialmente baseado numa rede de espionagem verídica a operar durante a Primeira Guerra Mundial».
Middle England(título original), de Jonathan Coe, chega em outubro pela mão da Porto Editora e «evoca oito anos, de 2010 a 2018, da vida britânica e das marcas que deixaram» acompanhando a história de personagens, do Brexit e do aumento de atitudes xenófobas, no “Coração de Inglaterra” (possível tradução do título).
O criador de Hannibal Lecter, Thomas Harris, regressa à escrita, após um interregno de 13 anos, com Cari Mora. O livro, com selo Porto Editora, será editado em novembro.
Pela Sextante Editora, destaque para o livro Peregrinação, de Olivier Rolin. O título português, do romance publicado em Portugal em agosto, ao mesmo tempo que a sua edição original francesa, foi escolhido pelo Autor, numa evidente homenagem à literatura e à língua portuguesa. Peregrinação é «uma viagem pelas dezenas de histórias e de viagens dos cadernos do Autor».
Em setembro a chancela apresenta Trieste, da autora Daša Drndi?, com tradução de António Pescada. O livro, cuja construção original, engloba fotografias e listagens, é «apesar de ser ficção, um profundo documento histórico, um tour de force literário».
Do escritor alemão da nova geração, Ralf Rothmann, chega, em outubro, Morrer na Primavera. O autor, que estará no FOLIO, em Óbidos, rememora, nesta obra, «o final da Segunda Guerra Mundial, quando o exército alemão está a ponto de sucumbir ante a ofensiva aliada».
Ainda com selo Sextante, nota para Memórias de Um Urso Polar, da autora Yoko Tawada, a publicar em novembro e os dois novos títulos da coleção Biblioteca dos Tesouros, em novas versões de A História do Rei Artur e dos Seus Cavaleiros, de Howard Pyle e O Prisioneiro de Zenda, de Anthony Hope, a publicar em setembro e outubro, respetivamente.
Na Livros do Brasil e, num respeito pelo catálogo construído ao longo das últimas décadas, chegam, em setembro, novas edições de Fiesta – o Sol Nasce Sempre, de Ernest Hemingway, com tradução de Jorge de Sena e O Homem Revoltado, de Albert Camus, com nova tradução de Maria Etelvina Santos. No catálogo nota ainda para Plexus, de Henry Miller e A Promessa, de Romain Gary, a publicar em outubro e novembro, respetivamente.
Na Assírio & Alvim, a Obra Poética, de David Mourão-Ferreira e Epílogo, de José Agostinho Baptista são as antologias de destaque, com publicação em novembro e setembro, respetivamente. Nota ainda para o novo poeta Manuel Afonso Costa, com Seria Sempre Tarde, em setembro e O Livro do Joaquim, de Daniel Faria, em outubro. É também em outubro que a chancela apresenta, numa edição bilingue, O Livro dos Gatos Práticos do Velho Gambá | Ols Possum’s Book of Practical Cats, de T.S. Eliot, com tradução de Daniel Jonas.
Na Não ficção, títulos como Política Para Perplexos, de Daniel Innerarity e Porto – Profissões (quase) Desaparecidas, de Germano Silva, ambos com publicação em outubro, com selo Porto Editora.
Me, a autobiografia oficial de Elton John, com lançamento quase em simultâneo com o Reino Unido, chega aos escaparates das livrarias nacionais, em Novembro. O evento de apresentação única do livro está agendado para o dia 19 de novembro, em Londres.
No catálogo da chancela Ideias de Ler destaca-se o Manual do Bom Fascista, de Rui Zink, com apresentação agendada para o dia 19 de setembro, em Lisboa. O livro, divido em 100 lições e com bastantes ilustrações é «um manual fascizante e fascinante ou um livro de alerta sobre a ideologia que voltou para assombrar os nossos dias?». A chancela apresenta ainda títulos como Pais em Hora de Ponta, de Heather Miller; À Prova de Stress, de Mithu Storoni e Batalha de Piadas Secas, entre outros.
Na Albatroz, nota para O Poder da Lua, de Yasmin Boland e Como Pensa um Homem, de James Allen.
A secção infantojuvenil apresenta títulos como O Monstro Que Veio do Gelo, de David Walliams, o autor bestseller de Avozinha Gangster, a publicar em outubro, pela Porto Editora; o volume 10 do “i” e o volume 8 de Os Indomáveis – A Guerra das Tribos, ambos de Álvaro Guimarães, entre uma panóplia de títulos para os leitores mais jovens.
Porto Editora: Há 75 Anos A Olhar O Futuro.
Talvez a escrita de um livro seja um ato solitário…ou talvez não, mas a edição não o será, certamente.
Fica-nos essa certeza depois de percorrer os pisos da sede do Grupo Porto Editora, na cidade Invicta. Da Multimédia às divisões editoriais, do gabinete de fotografia ao conteúdo digital, do design ao trademarketing, do gabinete de comunicação e imagem à administração, uma diversidade de departamentos e funções “dão vida aos livros”, num total de cerca de 400 colaboradores.
Um moderno estúdio de gravação, um departamento editorial escolar, dividido por áreas disciplinares, as equipas da Wook e da Plural, a Escola Virtual, a equipa multimédia “servem”, nos bastidores, leitores, cibernautas, professores, alunos e pais.
Por estes dias a equipa de Multimédia está envolvida num projeto da Secretaria Regional de Educação da Madeira – uma experiência piloto para alunos do 5º ano de escolaridade, com manuais 100% digitais.
É necessário rever, paginar, atualizar, editar, promover, gerir, exportar…uma equipa de cerca de 700 colaboradores, espalhada por diversos locais, como Porto, Maia e Lisboa, torna tudo isso possível.
Na Maia, 180 colaboradores transformam o digital em suporte papel. Impressão, acabamento, logística, armazéns de matéria-prima e produto acabado, expedição: uma máquina “oleada” que permite a impressão e a distribuição para Portugal e os cerca de 90 países para os quais a Porto Editora exporta.
A unidade, inaugurada há dias, cheira a tinta fresca e a livros novos, um verdadeiro paraíso na terra. Os próximos meses serão os mais calmos, com os livros escolares já impressos e expedidos.
Aos alunos e aos leitores o privilégio de “viajar sem sair do lugar” e de ter nas mãos (e nos ecrãs) o que a muitas mãos foi feito!