Foi uma daquelas apresentações em que a quantidade de músicos no palco era proporcional ao número de artistas da plateia. Muitos já trabalharam com a Ala dos Namorados, outros ainda tocam com a banda e os restantes são sérios candidatos a partilhar o palco, uma vez que, tal como Manuel Paulo referiu é o gosto pela música que os junta.
A livraria Ler Devagar, na LX Factory, foi o espaço que recebeu ontem esta festa de lançamento do recém editado Razão de Ser. Começou à roda das mesas, entre letras e arte e continuou de copos na mão, noite fora.
Nuno Guerreiro foi o anfitrião da noite, numa sala pequena que se encheu de admiração e animação. As músicas não são novas, mas ganharam novas versões. “Até podíamos dizer aqui que eram músicas originais, porque à exceção de uma ou outra, ninguém se lembra delas. Eram músicas de que gostávamos muito, mas estavam perdidas nos álbuns, porque hoje em dia as pessoas ouvem só uma música de cada cd!” referiu Manuel Paulo. “Razão de Ser”, que dá nome ao álbum, abriu a sessão. E ainda que curta, esta apresentação, deu a conhecer melodias extraordinárias que recolheram emotivos aplausos.
O palco ficou preenchido com os Shout, que fizeram brilhar uma canção já de si especial, como é “Caçador de Soís”. Seguiu-se “Samba do Crime”, que é partilhada com António Zambujo, ausente nesta apresentação. “Não pode mesmo vir, está cheio de febre” justificava Nuno Guerreiro. “Café Paraíso” foi o tema que se seguiu, com um convidado especial no palco: João Gil um dos fundadores desta banda. Apesar de já não fazer parte da Ala dos Namorados, sente-se que tem um lugar especial aqui e é muito acarinhado nestas participações esporádicas.
O foco de atenção passou depois para o canto da sala, perto do piano de Manuel Paulo, onde Carlos do Carmo se juntou a Nuno Guerreiro para o desafio de “Mistérios do Fado”.
“Porque é que o Mar é azul?” é um dos temas perdidos do terceiro álbum “Alma”, interpretado nesta noite. Nova chamada ao palco de João Gil, para uma versão bem agitada de “Loucos de Lisboa”. A apresentação fechou com o regresso do talento e simpatia dos Shout, que regressaram para interpretar “Caçador de Sois”, desta vez já com grande ajuda do público.
A festa continuou mesmo depois dos microfones desligados. Tempo para abraços, cumprimentos, fotos com os artistas e autógrafos. De cd debaixo do braço, saímos a trautear “Já deixei de ser criança e tu dormes à lareira” e “Ainda sinto a minha estrela nos teus caracóis”.
Quem não teve oportunidade de assistir a este encontro, pode ver e ouvir a banda, no próximo domingo, dia 3, às 18h00, no Espaço Brasil na LX Factory.
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