Depois da ronda de showcases para anunciar o novo álbum Razão de Ser, a Ala dos Namorados muda o formato de apresentação para concerto. No passado sábado estiveram em Setúbal, no Fórum Municipal Luisa Todi, para um concerto intimista, como o próprio Nuno Guerreiro a determinado momento referiu “isto mais parece uma tertúlia”.
Pouca luz, a incidir no essencial, sem grandes artifícios, com muita alma. O Auditório praticamente cheio recebe de braços abertos esta Ala dos Namorados que regressa com novas versões de temas antigos. Muitos deles foram gravados em duetos, mas Nuno Guerreiro soube defende-los bem a uma só voz. E foi sem qualquer pudor, mas com grande sentimento de proximidade com o público que confessou até não ser um dos melhores dias para a sua voz, fruto das alergias da época. Do lado da plateia ninguém parece ter reparado neste contratempo, pela forma como aplaudiram, com entusiasmo, durante toda a atuação.
Com o seu habitual traje militar Nuno Guerreiro abre a noite com “Ao Sul”. Curiosa coincidência ou propositada indicação geográfica? Certo é que Nuno Guerreiro teve sempre presente a sua localização nessa noite.
O público foi acompanhando o ritmo com palmas em temas como “Há Dias em que Mais Vale”, “Ao Fim do Mundo (e ao cabo do teu ser)” mas também se soube remeter ao silencio quando o momento foi mais introspetivo como em “Samba do Crime”, “Mistérios do Fado”, “Razão de Ser” ou “Porque é que o Mar é Azul”.
Referencia especial a João Monge, presente nesta noite a assistir ao espetáculo, “à qual pertencem 99% das letras das canções da Ala dos Namorados” explicou Manuel Paulo, em jeito de agradecimento.
O tão esperado “Caçador de Sois” provou ser uma música com bastante força ao vivo, apesar da ausência dos Shout, “substituídos” pelo coro do público.
“Eu sou louco e vocês?” perguntava Nuno Guerreiro antes de introduzir o último tema da noite, “Loucos de Lisboa”. Loucos ou não, os que assistiram a este concerto deram nota muito positiva a esta renovada Ala dos Namorados.
Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva