Depois de vários anos de promessas, o projeto do futuro Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, em Lisboa, foi finalmente apresentado hoje e com a promessa de abrir portas a 25 de abril de 2014, altura em que se assinalam 40 anos da Revolução dos Cravos.
O museu vai vicar instalado na antiga prisão politica do Aljube, na zona da Sé, que foi entregue formalmente à Câmara Municipal de Lisboa em 2009, pelas mãos do então ministro da justiça, Alberto Costa, para esta ser transformada num espaço de memória da resistência antifascista e a todos aqueles que durante quase um terço do século XX, desde que em 1936 foi constituída a PVDE – Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (antecessora da PIDE), por ali passaram.
Este novo museu municipal, instalado na antiga cadeia do Aljube, pretende apresentar um retrato alargado da história contemporânea portuguesa, cobrindo múltiplos aspetos da resistência contra a ditadura e da luta pela liberdade.
O projeto de arquitetura foi entregue ao atelier Contemporânea, Lda., dos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, o programa de conteúdos expositivos está entregue a uma comissão instaladora, tendo também sido construído um conselho consultivo. Está previsto ainda o futuro museu integrar e alargar as valências da actual Biblioteca Museu República e Resistência, criada em 1993.
O diretor do novo equipamento cultural camarário ainda não foi escolhido, mas espera-se que seja anunciado em breve, segundo a disse a vereadora da cultura, Catarina Vaz pinto, durante a apresentação.
Relacionado com este projeto, existe ainda um protocolo que prevê ainda a a instalação de um memorial às vítimas da ex-PIDE/DGS na Rua António Maria Cardoso e a criação de um roteiro sobre os locais da resistência em Lisboa.
Durante a apresentação, o professor e historiador, António Borges Coelho, lembrou a vitimas de violência e tortura que passaram por aquela antiga prisão do Estado Novo, “particularmente as que não sabemos o nome nem o grau do sofrimento”. “Hoje ao institucionalizar o museu da resistência no espaço do Aljube, a Câmara de Lisboa dá o alto exemplo de cidadania para que não se apague a história e se preserve a memória”, concluiu.
Por Elsa Furtado