A Mouraria cristã vai estar em destaque no próximo sábado, dia 18 durante a visita guiada pelo padre Edgar Clara. Com início marcado para as 10h30, a iniciativa assinala o Dia dos Monumentos e Sítios e ainda o arranque do Arte por São Cristóvão, projeto vencedor do Orçamento Participativo 2014 da Câmara Municipal de Lisboa.
Os interessados poderão assim, na companhia do pároco da Mouraria, conhecer emblemáticos monumentos como a Ermida da Senhora da Saúde, o Colégio dos Meninos Órfãos, a Capela das Olarias, o Coleginho e a Igreja de São Cristóvão. As inscrições, essas deverão ser feita através do 218 879 549.
Apresentado no início da semana no local de culto que lhe dá nome, o Arte por São Cristóvão tem como objetivo dar visibilidade à Igreja de São Cristóvão, ao seu património artístico e histórico, de forma a gerar um reconhecimento que possibilite a obtenção de apoios financeiros para iniciar uma intervenção de conservação e restauro.
No evento, que contou com a presença das vereadoras Graça Fonseca e Catarina Vaz Pinto, e ainda do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho; ficaram a conhecer-se algumas das iniciativas que decorrerão ao longo deste ano. Da lista fazem parte visitas guiadas, percursos pela Mouraria cristã e itinerários cantados. A destacar em junho, mês dos santos populares, o lançamento da Bolacha de São Cristóvão, em parceria com a Cozinha Popular da Mouraria.
À espera dos visitantes estarão ainda workshops, restauros ao vivo, espetáculos de fado com artistas locais, concertos de música clássica, encontros e conversas sob o tema da salvaguarda e preservação do património. Será também editada uma publicação sobre a igreja e uma exposição comissariada por Paulo Pires do Vale.
Erigida no século XVII, a Igreja de São Cristóvão encontra-se no local da outrora catedral dos moçárabes – cristãos que viviam sob o domínio árabe – dedicada a Santa Maria de Alcamim. As suas paredes forradas a ouro e as 35 telas da autoria de Bento Coelho da Silveira resistiram ao terramoto de 1755, e precisam, apesar das obras de conservação levadas a cabo na década de 1960, de uma rápida intervenção para sobreviverem ao século XXI.
Por Alexandra Gil (Texto e Foto)