Há peças que marcam gerações e esta é uma delas. Na década de 70 marcou então, a quem pôde assistir ao vivo em Lisboa, e esgotou as duas salas de teatro por onde passou noite após noite em 1966, agora, promete voltar a causar sensação numa encenação de Filipe la Féria, falamos é claro de As Árvores Morrem de Pé, que vai subir à cena do Politeama, com um elenco de luxo.
Nomes como Eunice Munoz, Ruy de Carvalho, Manuela Maria, João D’Ávila, Maria João Abreu e Carlos Paulo, encabeçam um elenco constituído por quatro gerações de atores e que prometem emocionar o público que for ao Politeama, a partir da próxima quinta feira, dia 11 de agosto.
As Árvores Morrem de Pé tem por base um texto da autoria do espanhol Alejandro Casona, e foi pela primeira vez apresentada em Portugal pela Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, com Palmira Bastos à frente do elenco, no papel de uma avó muito especial, que imortalizou a frase: “Morta por dentro, mas de pé como as árvores”.
Um desfio agora aceite pelas duas atrizes veteranas Eunice Munoz (que só regressa aos palcos daqui a uns tempos devido a uma intervenção) e Manuela Maria, que vão alternadamente interpretar a avó, e fazer par com Ruy de Carvalho e João D’Ávila (também em alternância). Atores que se revelaram muito contentes com o convite para desempenhar os respetivos papéis e por fazerem parte deste elenco, desta peça tão especial.
Tudo começa numa organização que pretende tornar as pessoas mais felizes com poesia e criatividade. Um velho senhor chega um dia ao escritório dessa estranha organização com um pedido surpreendente: o seu neto tornou-se um perigoso delinquente, mas ele quer esconder a verdade à sua mulher.
Ao longo de vários anos enganou-a escrevendo-lhe cartas fictícias, supostamente do neto, criando a imagem de um famoso arquitecto que vivia no estrangeiro.
Um dia, o verdadeiro neto envia um telegrama anunciando a sua chegada. Porém, o navio em que viajava sofre um naufrágio e todos os passageiros morrem. O velho senhor propõe então à organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto e a sua mulher para tornar real a ilusão da avó.
Esta é uma peça que “contraria os patrões clássicos do Teatro, criando fissuras nas personagens, desagregando-as da sua identidade, confrontando-as com o conceito da verdade e dos seus espelhos no poder recriador da ilusão”, explica Filipe La Féria, que diz ainda que esta peça é uma grande lição de vida. É uma peça que tem o condão de nos fazer pensar e mudar de vida”. “É uma peça que fala da ilusão, da mentira e da verdade”.
Integram ainda o elenco Hugo Rendas, Paula Fonseca, Ricardo Castro, Rosa Areia, João Duarte Costa, Patrícia Resende, João Sá, Pedro Goulão e Francisco Magalhães, que completam o elenco de “luxo” sonhado por La Féria para esta peça.