A garagem Sul do Centro Cultural de Belém foi o cenário escolhido para receber a mostra Lisbon Ground, que representou Portugal na 13.ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.
A exposição dedicada à arquitetura, esteve em Veneza entre agosto e novembro de 2012, onde foi vista por cerca de cinco mil visitantes, vai estar agora patente ao público em Lisboa até dia 24 de fevereiro, altura em que integra também a programação do Ano da Arquitetura Portuguesa.
A mostra, comissariada pela arquiteta Inês Lobo, apresenta obras de Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Francisco Aires Mateus, Gonçalo Byrne, João Luís Carrilho da Graça e Manuel Aires Mateus e surgiu em resposta ao tema base lançado por David Chipperfield, comissário geral desta edição de La Biennale di Venezia – “Common Ground”.
Sobre a mostra diz a sua comissária: A exposição assenta em Lisboa como foco principal, sob uma perspectiva da cidade como território comum numa das possíveis traduções do tema base ‘Common Ground’”, “território de saberes, território comum a um grupo de pensadores onde se incluem pessoas da Arquitectura, do Cinema, da Fotografia, da Literatura…”.
Em Lisbon Ground, a Cidade apresenta-se declinada em três temas – Lisbon Downtown, Lisbon River, Lisbon Connections.Downtown, Lisbon River, Lisbon Connections.
Os três temas nascem de discussões e reflexões sobre um conjunto de projectos e obras concretas que partilham um território e tema comuns – Lisboa – os quais tiveram a participação de um grupo de arquitectos de referência como Álvaro Siza Vieira, Bárbara Rangel, Eduardo Souto Moura, Francisco Mateus, Gonçalo Byrne, Joana Vilhena, João Carrilho da Graça, João Favila Menezes, João Gomes da Silva, João Nunes, João Pedro Falcão de Campos, João Simões, José Adrião, Manuel Graça Dias, Manuel Mateus, Manuel Salgado, Paulo Mendes da Rocha, Pedro Domingos, Ricardo Bak Gordon, Ricardo Carvalho, Rui Furtado e Rui Mendes.
As obras em análise reflectem vinte e quatro anos de intervenção na cidade, pelo que esse é o tempo sobre o qual se debruçaram estas reflexões (1988-2012), que são a matéria-prima das diferentes peças que constituem a exposição: – Vídeo de Catarina Mourão, projecção do registo das conversas de três mesas redondas onde se discute a cidade a partir dos temas propostos, bem como dos desenhos produzidos pelos oradores durante esses debates; – Mapa de Lisboa sobre “os espaços entre” registo síntese da cidade em 2012; – Fotografias de Duarte Belo, que representam e sintetizam a complexidade envolvida do desenho da cidade e, simultaneamente, afirmam Lisboa como uma metrópole plurissignificante no contexto de uma cultura urbana europeia; – Testemunho sobre a cidade através de uma selecção de textos de Antonio Tabucchi ditos pelo actor italiano Marco Baliani.
Em conclusão, a Comissária Inês Lobo explicou que “se pensarmos nas cidades como sistemas complexos e hoje disfuncionais, mas que continuam sem dúvida a ser uma das maiores invenções do homem, urge devolvê-las a quem as inventou. Repor esses sistemas em funcionamento obriga a reflectir sobre: espaço público, espaço privado, acessibilidade/mobilidade, programas, proximidade conforto. Este exercício implica o reconhecimento/entendimento da cidade, a invenção de um modo de a habitar que seja o deste tempo”.
A exposição pode ser vista de terça a domingo, das 10h00 às 18h00, na Garagem Sul do CCB e os bilhetes têm um preço único de 2 euros.
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