A conhecida atriz brasileira Cláudia Abreu traz a Portugal a sua primeira peça: o monólogo, VIRGINIA, que vai subir à cena no Teatro Maria Matos, em Lisboa, nos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro.
Cláudia Abreu apresenta o seu primeiro monólogo, idealizado e escrito pela própria a partir da vida e obra de Virginia Woolf. Em cena, a atriz interpreta a genial escritora inglesa, cuja trajectória foi marcada por tragédias pessoais e uma linha ténue entre a lucidez e a loucura. A estrutura do texto apoia-se no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes na sua mente.
A dramaturgia de VIRGINIA foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Nos seus últimos momentos, ela recorda acontecimentos marcantes da sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afectos, dores e o seu processo criativo. VIRGINIA é o resultado dos vários cruzamentos que a obra de Virginia Woolf efectuou com a trajectória de Cláudia Abreu. A vida e a obra da autora inglesa são os motores de criação deste espectáculo, fruto de um longo processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos.
A relação de Cláudia Abreu com Virginia Woolf começou em Orlando, encenação assinada por Bia Lessa, em 1989, aos 18 anos. Contudo, foi em 2016 que reencontrou e mergulhou profundamente de cabeça no universo da autora. Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virginia falou mais alto.
Eu me apaixonei por ela novamente. Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”, questiona a actriz, que vê ‘VIRGINIA’ também como um marco de maturidade na sua trajetória: “O texto também vem deste desejo de fazer algo que me toca, do que me interessa falar hoje. De falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística, também falar da condição da mulher ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje, declara Cláudia.
Os bilhetes custam 22 euros e e estão à venda online e nos locais habituais.