A Ática edita uma obra composta por quarenta e três textos de Fernando Pessoa, entre os quais quinze inéditos, com o título Ibéria – introdução a um imperialismo futuro. Esta edição foi organizada por Jerónimo Pizarro e Pablo Javier Pérez López e debruça-se sobre a opinião do escritor sobre as relações entre Portugal e Espanha.
Pessoa não foi alheio a praticamente nenhuma das grandes questões do seu tempo. Uma delas foi a “questão ibérica”, ligada às relações históricas e políticas entre Portugal e Espanha. Trata-se de uma questão, ou de um ideal de maior aproximação e melhoramento das relações entre duas nações vizinhas, que muitos políticos e pensadores promoveram desde o século XVIII, e que ganhou novamente vigência na segunda metade da década de 1910, e na qual Pessoa interveio criticamente.
Mais do que político, o iberismo de Fernando Pessoa foi do tipo cultural e esteve intimamente ligado às suas preocupações com questões de identidade. Porquê? Porque, como ele próprio dispôs, para saber o que significa ser-se português é preciso saber o que significa ser-se ibérico; para determinar qual seja a cultura portuguesa, é primeiro necessário definir a ibéria.
Ibéria – introdução a um imperialismo futuro, de Fernando Pessoa, Ática, com 272 páginas, à venda por 19,90 euros.