Decorreu ontem, no Cine-Teatro Garrett, na Póvoa do Varzim, a apresentação do programa da 20ª edição do Correntes d’Escritas, um evento que “abre o Ano Literário em Portugal”, dedicado, em ano ímpar, à poesia, com destaque para o centenário de nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen. O Correntes d’Escritas decorre de 16 a 27 de fevereiro, em vários espaços e salas de espetáculos da Póvoa do Varzim.
A 20ª edição do Correntes d’Escritas será, nas palavras do vereador da Câmara Municipal, “o maior encontro de todos. Com mais de 140 escritores, de mais de 20 países e uma programação ainda não fechada, já que alguns escritores e lançamentos de livros ainda não foram confirmados”.
A abertura oficial do evento está agendada para o dia 19 de fevereiro, pelas 11h00, no Salão Nobre do Casino da Póvoa, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a presidir à Cerimónia, onde serão anunciados os vencedores dos Prémios Literários 2019 e lançada a Revista Correntes d’Escritas18, dedicada a Nélida Piñon.
A conferência de Abertura, no dia 19 de fevereiro, às 15h00, no Cine-Teatro Garrett, será proferida por Jorge Carlos Fonseca, Presidente da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tendo como mote a língua portuguesa e “As Letras da Língua e a Mobilidade dos Criadores na CPLP”. A conferência de abertura conta com a presença de nomes como Marcelo Rebelo de Sousa, Nélida Piñon, Guilherme d’Oliveira Martins, Álvaro Laborinho Lúcio, Francisco Pinto Balsemão, entre outros.
O Correntes d’Escritas destaca-se pela “cumplicidade estabelecida entre organizadores, patrocinadores, jornalistas, escritores, editores, críticos literários, tradutores e leitores” e tem, ao longo destes 20 anos, estabelecido “afetos e proximidades únicos”, promovendo a literatura pelo Município e a Póvoa do Varzim pelo Mundo.
O Cine-Teatro Garrett é o epicentro do Correntes d’Escritas, um espaço que poderá relevar-se pequeno ao longo dos 5 dias, em alguns dos pontos altos da programação. Depois de ter começado no Auditório da Póvoa do Varzim, com capacidade para 300 pessoas e passado pelo Hotel Axis Vermar, o Correntes d’Escritas instalou-se no Cine-Teatro Garrett, reabilitado pelo executivo em 2014, com 485 lugares sentados. A ideia de passar o Correntes d’Escritas para a Arena da Póvoa (Pavilhão Multiusos ainda em reabilitação), na antiga Praça de Touros da cidade, poderá, a longo prazo, ser equacionada.
O Correntes d’Escritas conta com 12 mesas de debate, com os temas das mesas em versos de Sophia, onde participarão vários autores, alguns dos quais vencedores de Prémios Literários, como o Prémio Camões (Arménio Vieira, Germano Almeida e Hélia Correia), o Prémio Cervantes (Sérgio Ramirez), o Prémio Casino da Póvoa (Lídia Jorge, Ana Luísa Amaral, Hélia Correia, Manuel Jorge Marmelo. Juan Gabriel Vasquez), o Prémio Saramago (Paulo José Miranda, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Ondjaki, Bruno Vieira Amaral) e o Prémio LeYa (Afonso Reis Cabral, Itamar Vieira Junior, João Pinto Coelho). A 13ª mesa, a encerrar o Correntes d’Escritas, realiza-se, no Instituto Cervantes, em Lisboa, no dia 27 de fevereiro.
Dos mais de 40 lançamentos de livros agendados, destaque para o lançamento D’Escritas 1 Dia, resultado da residência artística de um leque de escritores, ilustradores, fotógrafos e jornalistas na Casa Manuel Lopes, na Fundação Luís Rainho e no Museu Municipal Solar dos Carneiros, que marca a passagem dos autores pela Póvoa do Varzim; o lançamento de Palavras Correntes, o Dicionário das Correntes d’Escritas, com a contribuição dos mais de 600 autores que passaram, ao longo dos anos, pela Póvoa; o lançamento de O Poço e a Estrada – Biografia de Agustina Bessa-Luís, de Isabel Rio Novo, com chancela Contraponto e a apresentação de elogio da sombra, a coleção de poesia dirigida por Valter Hugo Mãe, com edição Coolbooks/Porto Editora.
O Correntes d’Escritas faz-se também de exposições, no Correntes d’Arte, com exposições de livros, fotografia, ilustração e escultura, patentes por diversos espaços da Póvoa.
Destaque para a exposição Que Sais-Je?, do espólio da Fundação de Serralves; Outros Retratos, de Alfredo Cunha; O Relógio da Alma, de Ana Carvalho, a partir de textos de Fernando Pessoa; Vidas de Papel, de Alex Gozblau e Retrospectivas, dos fotógrafos Rui Sousa e José Carlos Marques, numa seleção de 20 fotografias que marcam os 20 anos do Correntes d’Escritas.
As Correntes em Rede, uma iniciativa desenvolvida em colaboração com a Rede de Bibliotecas Escolares e na qual se incluem debates e oficinas, constitui também um dos pontos altos deste evento literário. Um evento que se “espalha” pela cidade, com poesia declamada pela Póvoa; a exibição do filme Raiva, no dia 21 de fevereiro; a transmissão em direto do Governo Sombra, no dia 23 de fevereiro.
Nas iniciativas paralelas destacam-se a Correntes d’Aprender, com as duas escolas Secundárias, as 5 escolas EB 2/3 do Concelho e a Universidade Sénior envolvidas em mesas de debate e conversas com escritores; Hoje a minha Loja também é uma Livraria, com livros para venda em diversos espaços comerciais da cidade; Música, com concertos de Mafalda Veiga, Aldina Duarte, Uxía, entre outros convidados e a Feira do Livro, que nesta edição se realiza nas Galerias Euracini, junto ao Cine-Teatro.