Daniel Jonas venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro, pela obra Cães de Chuva, editada pela Assírio & Alvim.
“O júri do Prémio Inês de Castro, ao dar este prémio a Daniel Jonas, quer distinguir a qualidade, a ousadia e a solidez da escrita poética de Daniel Jonas, mais uma vez manifestada em Cães de Chuva”., afirma Isabel Lucas, Júri do Prémio Literário Inês de Castro desde 2021.
Mesmo lendo-o longe da fórmula do soneto, Daniel Jonas faz uso do verso livre não como uma muleta arbitrária para melhor exprimir o que inquieta o seu universo, mas como uma arma sem paralelo na poesia portuguesa. Em Cães de Chuva, é precisamente na malha rigorosa que é tecida através da topografia do espaço, da arqueologia da palavra exata, que a sua voz marca o compasso.
A geometria desfaz-se
desmorona-se
como onda
em decomposição.
Poeta, tradutor e professor nos ensinos básico e universitário, Daniel Jonas publicou, entre outros, Sonótono (Cotovia, 2006), que lhe valeu o prémio PEN de Poesia, e Nó (Assírio & Alvim, 2014), galardoado com o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE. Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro Passageiro Frequente (Língua Morta, 2013), traduzido em polaco por Michal Lipszyc. Antes tinha sido distinguido com o prémio Europa David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari/Aldo Moro, pelo conjunto da sua obra. Traduziu vários autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James e William Wordsworth, e, mais recentemente, Os Contos de Cantuária de Geoffrey Chaucer. Como dramaturgo, publicou Nenhures (Cotovia, 2008) e escreveu Estocolmo, Reféns e o libreto Still Frank, todos encenados pela companhia Teatro Bruto. Cães de Chuva (Assírio & Alvim) é o seu mais recente livro de poemas»
A cerimónia oficial de entrega deste prémio vai realizar-se na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no primeiro trimestre de 2023, em data a anunciar.