Dave Matthews – Esperemos Pela Próxima, Numa Boa Sala

Por Tiago Silva

Dave Matthews
Dave Matthews - foto EIN

Uma plateia cheia – separada em duas zonas – as bancadas bem preenchidas e estava tudo preparado para receber Dave Matthews, na MEO Arena, na noite de domingo.

Entraram em palco pelas 20h15, mas a multidão já assobiava há uns minutos.

Tremenda ovação para a banda e para Dave Matthews que claramente estava em casa.

Fomos percorrendo a discografia da banda que já é longa, mas quem vai a um concerto desta banda já sabe com que conta.

“So right” abre o concerto que também foi transmitido em streaming.

Por entre canções, “When the World Ends”, “Do You Remember”, “Idea of You”, Dave vai falando ao público.

Comenta que é muito bom voltar a Lisboa e que queria acabar a tour aqui porque sabia ser especial.

As músicas vão-se seguindo, ”So Much to Say”, “Anyone Seen The Bridge”  e entre elas algumas mensagens de sensibilização para a realidade mundial ou não fosse ele Sul-Africano, o país que colocou Israel em tribunal pela destruição de Gaza.

Dave dança enquanto canta com uma qualidade invejável.

“Podíamos amar-nos todos se não fossemos idiotas gananciosos”, muito certo e muito aplaudido.

Mas havia música para tocar e um disco novo para apresentar. “Madman’s eyes” foi o primeiro contacto com o novo trabalho que ainda teve o tema título, ambas muito aplaudidas, o flow de música de qualidade ainda não se esgotou.

O som, como sempre na MEO Arena, estava horrível. Nas bancada, o que se ouvia era eco, a guitarra de Tim Reynolds era uma presença muito fraca, só percetível quando chegava às cordas mais graves. Também não ajudou o solo, desinspirado, que fez em “Crush”, claramente não esteve nos seus dias.

O público estava desejoso de comunicação, mas teve pouca, somente conversa entre canções.

Ficou por aí, a exemplo, bastou o baixista vir passear à frente do palco e sentiu-se logo. Em “Everyday”, durante o solo de teclas, mais inspirado que o do guitarrista, sentiu-se o concerto a crescer, quando Dave bate palmas e canta “Lift me Up Now”, com toda a gente, bancadas incluídas. Tivemos um aperitivo do que este concerto poderia ser. Em “Ants Marching” parou de cantar para o público cantar, foi um final em apoteose, mas poderia ter sido sempre assim.

Como encore, sozinho em palco, Dave exprimiu a vergonha pelo estado de coisas, pela permissividade do governo dos EUA, por deixarem morrer crianças. “Uma criança morta ontem é uma tragédia mas uma criança que vai morrer amanhã é algo que temos que evitar”.

O coração está no sítio certo e houve comunhão neste sentimento.

Terminou com “The Last Stop” e fecharam a digressão.

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