Reportagem de Elsa Furtado (texto) e Natacha Brigham (fotos)
“O melhor Delta Tejo de sempre” foi como Rui Miguel Nabeiro, responsável da Delta Cafés resumiu ao C&H a 5ª edição do festival, que decorreu este fim-de-semana no Alto da Ajuda em Lisboa, e por onde passaram cerca de 54 mil festivaleiros.
Domingo, o último dia de festival, foi o que teve uma maior afluência de público, cerca de 20 000 pessoas (segundo a organização), naquele que é tradicionalmente dedicado à música brasileira e à “nação brasileira”, que não se fez rogada à chamada e fazia filas para entrar desde cedo.
Neste último dia de festival as hostes abriram a horas, com os portugueses Expensive Soul a animar o recinto, no palco Delta, que interpretaram alguns temas do álbum homónimo e outros mais antigos, e que tiveram direito a acompanhamento do público como em “Eu Não Sei”, fazendo prever a noite de boa onda e animação que por aí vinha.
No Palco Santa Casa a animação também começou cedo, cerca das 20h30, com os alentejanos Virgem Suta e que tiveram como convidadas especiais Manuela Azevedo e as duas filhas. Temas como “A Mula”, “A Ressaca”, “Absolutamente”, “Tomo Conta Desta Tua Casa”, animaram toda a gente e puseram o público a dançar, terminando o concerto com um palco cheio de gente (público inclusive) muito animada e bem-disposta.
Mais tarde, também aqui, já no “Beck Stage” também o Puto Português encheu a tenda e pôs todo o mundo a dançar, ao som dos ritmos quentes de África.
No palco principal era tempo de Brasil, primeiro a jovem Maria Gadú, com o seu timbre suave e ar descontraído trouxe o calor de terras de Vera Cruz, e o público fez coro nos temas mais conhecidos, como “Encontro”, ou “Bela Flor”, fazendo deste concerto um momento musical muito agradável para todos os festivaleiros.
Seguiu-se um dos principais nomes de cartaz deste festival, o “lendário” Ney Matogrosso, com o seu “Show Bandido”. Temas como “Fascinação”, “Tango para Teresa”, “Da Cor do Pecado”, entre outros fizeram as alegrias do público presente.
Mas a verdadeira festa estava marcada para a meia-noite e meia, com os baianos Parangolé. Foi a vez de tirar o pé do chão, levantar as bandeiras no ar e o pó do chão e matar a saudade do terra longínqua, ao som de “Rebolation”, depois foi um desfilar dos vários sucessos da banda, que teve ainda tempo para apresentar “Amor”, o seu tema novo.
Terminando em grande mais uma edição de Delta Teja, o festival dedicado à música dos países produtores de café. Uma aposta para continuar, segundo revelou ao C&H Rui Nabeiro, uma vez que Angola e Brasil são muito importantes para a marca.
Uma marca que este ano completou 50 anos de existência e que aposta agora fortemente na consolidação do mercado externo, como França, com a colocação no mercado da Delta Q, especialmente junto da comunidade emigrante e no Brasil.