Talvez a melhor expressão que descreva o segundo dia do Festival Delta Tejo seja “Bom Feeling”, sensação que se viveu, não só pela presença de Sara Tavares, mas pela atmosfera de bom ambiente que preencheu o recinto, e para a qual também contribuíram a boa disposição dos Deolinda, a descontracção de Pedro Luís e a Parede, os OqueStrada, os Per7fume, e pop português em tons de Bossa Nossa, culminando numa Vanessa da Mata que terminou a noite numa dança de cor e som.
A abertura do segundo dia do Delta foi entregue aos OqueStrada, que actuaram no palco Santa Casa seguidos dos brasileiros Bossa Nossa, que no palco Delta. No recinto misturaram-se os sons de fado, onde não faltou o famoso “Oxalá te Veja”, e da bossa nova, com versões de músicas modernas portuguesas, como o a “Anzol” de Rádio Macau, o “Bairro do Amor” de Jorge Palma, ou “Jura” de Rui Veloso.
Depois, foi a vez do palco Santa Casa ser tomado pela batida animada e enérgica e a simpatia de Pedro Luís e a Parede, que trouxe músicas do seu mais recente trabalho “Porto Enredo”, produzido em parceria com Lenine. Seguido dos portugueses Per7fume, que apresentaram ao público alguns dos temas do seu último álbum, como “Intervalo” e “Má Sorte”.
No palco principal, pouco depois das 21h00, foi a vez de Sara Tavares, por quem já muita gente esperava. A onda de energia e “bom feeling” da música, rapidamente contagiaram o público, com quem a artista interagiu desde o primeiro momento.
Sara Tavares intercalou músicas do novo álbum, “Ponto de Luz”, com êxitos como “Bom Feeling”, “Balancé” ou “Mi Ma Bô”, e “One Love”, que puseram a plateia a dançar e a acompanhar entusiasmadamente a artista.
A boa disposição dos Deolinda e dos seus êxitos, como o “Fado Toninho”, ou “Fon Fon Fon” mantiveram a “boa energia” deixada por Sara Tavares, e conquistaram um público já disposto a ser arrebatado, pois todas as vezes que Ana Bacalhau, a vocalista, deu à plateia a vez de cantar, esta mostrou bem, que quem ali estava sabia do que se estava a tratar.
O público acompanhou o grupo, correspondendo ao movimento dos braços, entoando “fon fon fons”, e aplaudindo nos momentos mais altos das músicas.
A cabeça de cartaz, Vanessa da Mata, entrou em palco com um comprido vestido colorido e flores na cabeça, e brindou o público com dois temas seguidos do seu último álbum, “Sim”, “Baú” e “Vermelho”.
O momento alto da apresentação de Vanessa da Mata foi sem dúvida, quando a cantora convidou o público a cantar a sua parte da canção “Boa Sorte”, enquanto ela cantava a parte de Ben Harper. O momento foi conseguido e a artista aplaudiu e foi aplaudida.
A temas tão famosos como “Não me deixe só”, “Ai ai ai”, ou “Eu sou Neguinha”, a cantora brasileira juntou ainda dois momentos intimistas com os artista portugueses convidados, António Zambujo e Ricardo Cruz, tocadas a viola, acompanhadas, por trás, pela batida dos Djs que vinha do então já convertido “Beckstage”.
Vanessa da Mata convidou então o público a abstrair-se do som de fundo e cantou duas canções. “Ai ai ai” encerrou o espectáculo e a saída de palco foi feita em homenagem a Michael Jackson.
Ao som de “Billie Jean”, a artista e a sua equipa despediram-se do público e encerraram a noite de sábado, tradicionalmente dedicada às mulheres, no festival do Alto da Ajuda, em Lisboa.