Delta Tejo: último dia encerra ao pulsar do coração amarelo e verde

Reportagem de Elsa Furtado
Fotos de Francisco Lourenço e Sara Santos

Cinquenta e três mil pessoas passaram este ano pelo Delta Tejo, no Alto da Ajuda, naquele que é o festival dedicado à música dos países produtores de café e que terminou ao ritmo do pulsar do coração amarelo e verde, como já é habitual neste terceiro dia de festival.

Considerado o dia mais animado do Delta Tejo, o terceiro e último dia é sempre marcado pela forte presença da nação amarela e verde em Portugal. Bandeiras, lenços e tops com a bandeira do Brasil estampados dominaram o vestuário dos festivaleiros, cerca de 20 mil neste último dia (segundo a organização).

Para este último dia estavam agendados nomes como Claud, os Cacique 97 e os colombianos Quantic and His Combo Bárbaro, que animaram e puseram o Palco Jogos Santa Casa a dançar aos ritmos africanos e da salsa, enquanto que para o palco Delta estavam previstos Paulo Flores, os brasileiros Grupo Revelação, Martinho da Vila e Asa de Águia.

E foram estes artistas que puseram o Alto da Ajuda aos pulos, com as mãos e bandeiras no ar, ao mesmo tempo que cantavam e faziam as coreografias tão bem sabidas. A alegria, e o samba no pé começaram logo com o Grupo Revelação, ainda a noite não tinha caído.

“Bate na Palma da Mão”, “Deixa a Alemanha, ou Deixa a Espanha para lá”, e “O Samba não pode parar”  foram algumas das palavras de ordem que se ouviram, em alguns dos temos que a banda apresentou. A meio da actuação, o vocalista fez questão de se dirigir ao público presente dizendo: “Quero mandar um axé para o povo português, um axé para o povo brasileiro, um axé para o povo mineiro, do Ceará, da Bahia, do Rio de Janeiro…”, a que o público foi respondendo com gritos e abanares de bandeira à medida que ouvia o seu estado. A actuação terminou em euforia com “Tira o pé do Chão”.

Seguiu-se o senhor que “já teve mulheres de várias cores, idades e feitios” – Martinho da Vila. Num estilo mais calmo e romântico, o artista pôs os parzinhos a dançar e a namorar ao ritmo das suas canções, num dos momentos mais intimistas do dia.

Mas a locura estava para chegar e a previsão concretizou-se, os Asa de Águia (que completam este ano 22 anos de carreira) proporcionaram o ponto alto desta 4ª edição do Delta Tejo, pondo todo o público a dançar e a pular, ao som do ritmo e alegria do Axé da Bahia.

“Vale Night”, “A Dança da Tartaruga” e “Bota Pra Ferver” foram alguns dos temas que puseram os festivaleiros brasileiros (e não só) ao rubro.

A noite terminou no Beck Stage, ao ritmo africano, primeiro com os Puto Prata e depois com os Luanda Batida, que fecharam esta 4ª edição, mais uma vez marcada pelo seu estilo diferente e quente.

Para o ano há mais, naquela que promete ser a maior edição de todas. “Para o ano que vem a Delta completa 50 anos de actividade e nós gostávamos de assinalar a data de forma especial, com mais pessoas e com um cartaz que incluísse alguns nomes mais conhecidos”, disse ao C&H Rui Miguel Nabeiro, responsável da Delta Cafés, principal patrocinador do Festival, que se mostrava feliz no fim de mais uma edição de Delta Tejo.

“Para um ano de crise, com tantos festivais, acho que esta edição correu muito bem. Mantivemos os preços e tentámos apresentar um cartaz apelativo, dentro da nossa linha de orientação, que é a música oriunda dos países produtores de café. Do ponto de vista da marca Delta, patrocinadora do evento, posso dizer que estou feliz com o resultado.”, afirmou o responsável, concluindo ainda que, “Desde que as pessoas estejam felizes, eu estou feliz, e é um público feliz que aqui temos, especialmente neste 3º dia, que é o mais bem sucedido, o mais cheio e também o mais animado”, confidenciou o responsável.

A nós só nos resta esperar pelo próximo ano, para ver as surpresas que a Delta e a Música no Coração nos vão trazer, até lá, bons cafés e bons concertos.

Veja as restantes fotos do dia aqui:

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