Foi uma plateia de pé que deu as boas vindas ontem à noite, em Oeiras, à rainha da música Cubana – Omara Portuondo, em mais uma passagem pelo nosso país e pelo edpCoolJazz, numa noite dedicada aos duetos de ritmos latinos e língua comum, e por onde passou também Luís Represas e Paulo Flores.
Ela é já uma presença habitual no festival e no nosso país, a solo, com a sua orquestra de sempre – Buena Vista Social Club ou com algum convidado, mas de todas as vezes atrai um vasto número de fãs. Não é por acaso que ela é considerada a “diva”, a “rainha” da música cubana e uma das maiores vozes femininas da música do século XX.
Com os seus parcos 85 anos, Omara continua a encantar com a sua graça e a levantar plateias e pô-las a dançar, tal como fez ontem à noite nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras.
Num concerto a duas vozes, mas numa só língua, Omara trouxe consigo o madrileño Diego el Cigala, e a sólo ou juntos interpretaram alguns temas que refletem bem a alma e o sentir Cubano e do Flamenco.
“Si Te Contara” – foi o terceiro tema do alinhamento da noite e o primeiro dos dois, marcou também a entrada da “Diva” em palco com direito a ovação de pé, seguiu-se “Lo Que Me Queda Por Vivir”, e “Y Talvez”, ambos sozinha, e que levantar o público das cadeiras. “Depois foi a vez de “Lagrimas Negras” já a dois, e o público sempre a acompanhar, com palmas e pezinhos de dança. “Silencio” e “La Bien Paga” foram outros dos temas da noite interpretado pelos dois.
Nesta digressão, que assinala os 85 anos de vida de Omara Portuondo e 70 de carreira, a artista interpretou ainda “Duelo Mucho” e a emblemática “La Ultima Noche” – pelo recinto era ver os pares de namorados abraçados e a dançar ao ritmo envolvente desta canção.
Uma atuação intimista e envolvente, que não terminou sem Omara brincar a cantar “É uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa…”, e acompanhada também por Diego, tendo-se despedido assim do público presente.
Uma noite de ritmos quentes, apesar do frio e do vento que se fez sentir, mas que prometia grandes momentos, logo com a subida ao palco de Luís Represas e Paulo Flores com Mestiço, pouco depois das 21h00.
Unidos pela música e pela língua portuguesa, o cantor português e o companheiro angolano cantaram e encantaram o público presente com temas como “Namoro”, “Perdidamente”, “Ainda o País Que Nasceu Meu Pai”, “Ser da Lata”, “Feiticeira” e “Da Próxima Vez” – ambas com direito a coro, “Foi Como Foi” – inspirado num poema da poetisa angolana Alda Lara, “O Inventor de Abraços”, “É Luanda”, “125 Azul” e “Eu Vi” – para terminar. Um concerto animado e que agradou muito ao público presente, quer nacional quer estrangeiro.
O edpcooljazz encerra hoje à noite com outro concerto muito especial: Marisa Monte com Carminho como convidada, a primeira parte está entregue a Ana Gomes.