A Noite – de José Saramago – foi a peça escolhida pela Yellow Star Company para levar à cena este ano, por ocasião das celebrações dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974.
A peça conta com as participações de Diogo Morgado, Jorge Corrula, João Didelet, Luís Pacheco, Elsa Galvão, Ricardo de Sá, Henrique de Carvalho, Sara Cecília e João Redondo, e tem encenação de Paulo Sousa Costa.
A estreia está marcada para dia 28 de março, para a Academia de Artes do Estoril (Edifício Cruzeiro) – Auditório Carlos Avilez, seguindo depois em digressão pelo país.
A Noite foi o primeiro texto de José Saramago para teatro, escrito em 1979, e conta a história da noite que antecipou o 25 de Abril de 1974 na redação de um jornal lisboeta.
A narrativa transporta-nos para a redação de um jornal lisboeta, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, vivida de forma diferente por todas as personalidades que se cruzam naquele ambiente. Saramago dá voz à censura e ao medo, constantemente presentes naquelas horas tumultuosas, onde as incertezas eram muitas, mas a emoção e a esperança de alguns, para verem nascer novos tempos, também ganha força.
O público é guiado pelos conflitos entre administradores e redatores, onde cada personagem assume um lado político diferente, começando pelo chefe de redação submisso aos interesses dos superiores, e o jornalista regional que defende a verdade acima de tudo.
Nestas horas, a rotina é interrompida pela discussão entre Manuel Torres, um jornalista que defende a verdade acima de qualquer interesse, e o seu chefe de redação, Abílio Valadares, homem vergado ao poder político, que aceita sem questionar a censura imposta aos textos do jornal e que conta com o apoio do diretor do jornal Máximo Redondo.
Manuel Torres, que não tolera a ideia de o jornal ser constantemente manipulado por terceiros, está em constante luta ideológica com a chefia, e terá como aliados Cláudia, uma jovem estagiária, e Jerónimo, o linotipista, chefe do turno da noite. O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redação o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua. O chefe de redação proíbe que se publique qualquer notícia sobre o tema. A agitação e o nervosismo crescem no seio do jornal, com Torres e Jerónimo a exigirem que se confirme a veracidade dos factos e que os mesmos sejam notícia de primeira página no dia seguinte.
Por outro lado, o diretor e chefe de redação tentam desvalorizar a alegada convulsão social, recusando imprimir notícias sobre a mesma, alegando uma avaria nas máquinas linotipistas. Instala-se uma micro revolução na redação. Mesmo depois de provados os factos, qual será a verdade que irá vencer?
O primeiro ciclo de exibições vai ter lugar na Academia de Artes do Estoril (Edifício Cruzeiro) a 28, 29 e 30 de março às 21h00, e 31 de março às 17h00. Os bilhetes custam 20 euros e vão estar à venda online e no local.
Segue depois para Águeda, Figueira da Foz, Porto, Estoril, Guimarães e Faro – para já.
Agenda da Digressão:
- Auditório Carlos Avilez, Academia de Artes do Estoril, Edifício Cruzeiro, Cascais: 28 a 31 de Março
- Centro de Artes de Águeda: 5 de Abril
- Casino Figueira da Foz: 12 e 13 de Abril
- Coliseu Porto AGEAS: 22 de Abril
- Casino Estoril, Salão Preto e Prata: 24 e 25 de Abril
- CAE Guimarães: 27 e 28 de Abril
- Faro, Teatro das Figuras: 1 de Maio