Texto cruel e comovente deste dramaturgo alemão, cuja obra nos remete para as mais inquietantes texturas sociais e políticas contemporâneas. Dentre cutelos, álcool, um cão e um amante esquipático, Martha, talhante de profissão, mulher de meia-idade e sem encantos, persiste numa relação em que o achincalho, a insensibilidade e o esequilíbrio, são normas. Num universo comportamental curto circuitado, o seu confrontamento com Otto, traduz o lado mais sombrio e desconforme duma intimidade/conjugalidade que transporta todas as emoções para o fio da navalha. Com sangue. Porque afinal de contas, as realidades quotidianas, tal como os seres humanos, nem sempre são a duas cores. Ou seja, a carne é uma intensa cruz e o nosso cérebro ardiloso.
Maria Emília Correia
A tradução do texto é de Marina Prino, com encenação e dramaturgia de Maria Emília Correia. O elenco é composto pelos actores Ângela Pinto e Hélder Gamboa, numa produção da Tenda.
A peça estreia a 24 de Maio e estará em cena até dia 24 de Junho, de quarta a sábado às 21h45 e domingos, às 17h00, na sala Estúdio do Teatro da Trindade. Os bilhetes são a 10 euros, os jovens até 25 anos, os maiores de 65 anos e grupos maiores de 10 pessoas têm bilhete a 7,5 euros e profissionais a 5 euros. Os bilhetes estarão à venda na bilheteira do teatro.
A produção conta com o apoio do Teatro da Trindade- Funsação Inatel, Câmara Municipal de Lisboa, Tradiaves-Talho do Loy, Pontinha, talho 30-Setúbal, IT Cigarros, Panificadora de Carnide e Junta de Freguesia de Carnide.
Texto de Clara Inácio