O Museu do Oriente apresenta a exposição Encomendas Namban. Os portugueses no Japão da Idade Moderna para dar a conhecer este fenómeno e melhor o explicar, até dia 31 de maio, de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.
“O termo Namban é recente, surgiu apenas no século XX. É utilizado para encomendas propositadamente, pois existiram diferentes tipos de encomendas, que conforme o mandante revestia características diferentes”, explicou a curadora da exposição, a Dra. Alexandra Curvelo, durante uma visita guiada.
Para compreender o fenómeno Namban do ponto de vista artístico e cultural há que olhar para o Japão que os Portugueses encontraram quando lá chegaram – uma guerra civil de carácter endémico, com uma duração superior a cem anos, sem a instituição de um vencedor. Os grandes senhores da guerra reuniam-se em clãs e decidiam o futuro militar e político.
A chegada dos Portugueses veio produzir uma evolução na guerra, pois introduziram o arcabuz (as armas de fogo). A aliança entre os dois povos permitiu adaptar a guerra japonesa à guerra europeia.
A exposição está apresentada em quatro módulos: I- A Arte da Guerra; o II – Arte Kirishitan, o III – De Lisboa ao Japão e IV – Olhares sobre os namban-jin.
No segundo núcleo da exposição é abordada a Arte Kirishitan, ou seja, a introdução de elementos cristãos na arte japonesa.
Como as estantes de missal, os oratórios, as caixas de hóstias e as próprias pinturas das imagens de santos.
O terceiro núcleo De Lisboa ao Japão é uma reflexão de quem são estes portugueses. É uma sociedade luso-asiática, em que muitos nasceram no Japão e têm em comum a língua e a religião.
As peças namban têm uma característica unificadora – a transportabilidade – são feitas de forma a poderem ser levadas de um lado para o outro.
A decoração namban distingue-se da japonesa através dos motivos utilizados na decoração, pelo excesso de decoração (o horror vacui, não há um centímetro sem decoração), a utilização de madrepérola, o estilo pictórico e o enquadramento geométrico das peças.
Os Biombos de Namban são o grande expoente representativo desta mostra, são sempre produzidos aos pares e são representativos de cenas do quotidiano, como a chegada dos namban-jin (dos portugueses), imagens de Quioto. São marcados pela utilização de cores vibrantes e de folha de ouro.