Fátima – A Nova Grande Produção De Filipe La Féria Já Brilha No Politeama

Por Elsa Furtado (Texto e Fotos)

Sonho antigo de Filipe La Féria, estreia muito aguardada e finalmente concretizada, assim é Fátima – a Ópera-Rock que estreou na passada quinta-feira, dia 5 de dezembro, e que nos traz a história das aparições de Fátima.

Na pureza do vosso olhar
encontra Deus a verdade
o segredo é acreditar
Hoje começa a eternidade.

A peça começa em 1917, com o administrador de Leiria – um maçon confesso, a proclamar as virtudes da República e do laicismo. Portugal atravessa a sua Primeira República, a fome e a miséria imperam por toda a parte, especialmente nas zonas rurais, na Europa trava-se a Primeira Guerra Mundial, morrem jovens de várias nacionalidades a cada minuto, entre eles portugueses, as famílias rezam e pedem a Deus, e recorrem à fé para aguentar e pedir pela sobrevivência dos filhos recrutados.

É neste contexto que três crianças inocentes: Lúcia, Jacinta e Francisco, habitantes da Cova da Iria, na zona de Fátima, dizem ter visto primeiro um anjo, e depois uma “senhora muito bonita, que falou com eles, e lhes contou segredos”, a 13 de maio.

A partir daqui a história vai-se desenrolando ao longo de cerca de três horas (com intervalo), segundo os relatos históricos, notícias de jornal, e as memórias contadas por Lúcia no seu livro.

Entre as perseguições do administrador e o assédio do povo, o cepticismo da igreja, e as reacções familiares, Filipe La Féria conta-nos a história de Fátima sem juízos de valor, ou censuras, entre grandes números musicais, e interpretações fortes, de um vasto elenco, com três crianças à cabeça.

Numa produção envolvente, emocionante, que vai para além das crenças religiosas e políticas, que nos mostra acima de tudo a questão humana e social da vida dos pastorinhos, FÁTIMA é um espetáculo grandioso, com excelentes atores, e algumas revelações (destaque para a jovem Teresa Zenaida) e que nos conta da forma “mais factual e isenta possível” um dos símbolos e mitos maiores de Portugal do século XX e da nossa História Contemporânea, e que ainda hoje atrai curiosos e crentes, e marca profundamente a identidade portuguesa. Uma fé que atravessou largamente o tempo e as fronteiras e ainda hoje continua a conquistar crentes e a fascinar descrentes.

Com texto, encenação e cenografia de Filipe La Féria, composição e direcção musical de Miguel Amorim, a produção conta com um vasto elenco com Teresa Zenaida, Paula Sá, Pedro Bargado,  Bruno Xavier, Rui Andrade, João Frizza, Élia Gonzalez, Mário Redondo, André David Reis, Francisca Parreira, Francisco Pereira, Martim Costa, Helena Montez, Marco Marques, André Magalhães, Maria Curado Ribeiro, Guilherme Perez Marques, entre muitos outros. 

A música – tocada ao vivo, conta com direcção do Maestro Miguel Teixeira, e as interpretações de Miguel Teixeira e Paulo Abelha ao piano; João Mousinho e Tiago Van Krieken na bateria; Jorge Vasconcelos, Jackson Azarias e Telmo Gonçalves no baixo; João Teixeira e Flávio Neves na guitarra.

O espetáculo é para maiores de 12 anos, e os bilhetes custam entre 10 e 35 euros, e podem ser adquiridos no local e online.

A Fé é algo que não se vê, sente-se!

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