De 12 a 14 de Agosto a vila alentejana de Brotas homenageia a sua Santa Padroeira – Nossa Senhora de Brotas, com uma animada programação, com música, quermesse e largadas.
Os festejos começam na sexta feira ao fim da tarde, com uma largada de vacas no Largo do Carapau, onde também vai estar instalado um bar. Pelas 22h00 está previsto o concerto de João Realista e uma hora depois a atuação dos Solo por Ti. Ainda pela madrugada atua o DJ Peat FT Gao Percussion.
Para sábado, às 18h00, está prevista a actividade Mesa da Tortura, na qual as pessoas estão sentadas à mesa e a última a fugir…ganha; às 22h00, atua Miguel Azevedo e, às 23h00, Double Mars. À meia-noite é vez de fogo-de-artifício, seguido da atuação dos Meninos Vadiagem e de DJ Sal.
No domingo às 15h00, há arruada pelas ruas da aldeia, seguida de missa às 17h00 e a procissão às 18h00. À noite, a partir das 22h00, atuam Nuno Florindo, Moços de uma Cana (Violas Campaniças) e Mike Gwin. As festas encerram às 3h00 com uma largada.
Esta é uma boa ocasião para visitar a vila, e conhecer a sua História e o seu Milagre. Se optar por ficar por aqui, procure alojamento nas Casas de Romaria, cuja construção está ligada ao culto e ao Santuário de Nossa Senhora de Brotas e cujas casas foram recuperadas recentemente e adaptadas para turismo.
Lenda de Nossa Senhora de Brotas
Reza a História que o Culto de Nossa Senhora de Brotas remonta ao século XV, e está associado a um milagre ocorrido cerca de 1400. Conta a lenda que um pastor andava com a sua vaca na vila das Águias, mais propriamente no lugar de Brotas da Barroca, e esta escorregou e caíu ao fundo de um barranco, tendo tido morte imediata. O pastor, ao ver morrer a sua única fonte de sustento começou a chorar e a pedir aos ceús, e eis que lhe surge a imagem da Virgem com o Menino, que lhe disse que no local construísse um templo em veneração da sua imagem. Imagem essa que miraculosamente ali talhou do osso da perna da vaca, e em sua substituição pôs um osso do seu braço e ressuscitou o animal. Desde então, a Senhora das Brotas é representada sem um braço. Diz-se que a imagem da Virgem em marfim, que se encontra no nicho do Altar das Almas, foi talhada a partir do osso da vaca.
A partir do século XVIII, Nossa Senhora de Brotas entrou em declínio, devido à perseguição e posterior expulsão que o Marquês de Pombal fez aos Jesuítas, que era a congregação que geria o santuário. Em 1956, o Santuário de Nossa Senhora de Brotas é classificado como Monumento Nacional, recebendo entre 1957 e 1961 as primeiras obras de restauro ao nível das coberturas, soalhos, portas e janelas A partir de 1999 o templo recebeu grandes obras de restauro, que culminaram no restauro dos Azulejos em 2002/2003.
O culto de Nossa Senhora de Brotas expandiu-se rapidamente para fora de Portugal, pois os navios dos Descobrimentos levavam a sua imagem e hoje em dia, é recordada na toponímia de vários países, como na Índia e no Brasil, com 4 localidades com esse nome e 5 arquidioceses cujo orago é Nossa Senhora das Brotas, padroeira dos animais doentes.