Amores, desamores e a cidade de Lisboa foram os principais temas cantados, na passada sexta feira, por Náná Henriques, no concerto de fado tradicional, que teve lugar ao final do dia, na Casa do Registo, do Reservatório da Mãe d’Água. Esta foi uma edição especial dos concertos promovidos pelo Real Fado que assim se juntou as festividades do 30º aniversário do Museu da Água.
Concertos em espaços únicos da cidade, intimistas e sem amplificação do voz têm sido a fórmula do Real Fado. Neste concerto de fado tradicional tivemos, além da música, breves explicações dos temas, sobre os compositores e autores. Esclarecer o que é o fado e as suas origens complementaram este pequeno concerto, que contou também com as mãos de Dinis Lavos na guitarra portuguesa e Miguel Alvarez na viola de fado.
No final do concerto, os participantes tiveram oportunidade de fazer uma visita à Galeria Subterrânea do Loreto, uma das cinco galerias do Aqueduto das Águas Livres, com início no Reservatório da Mãe d’Água e terminando no Reservatório da Patriarcal. A visita foi conduzida por Bárbara Bruno, do Museu da Água, que revelou aspetos de Lisboa do século XVIII pouco conhecidas.
Real Fado
O Pavilhão Chinês, o Reservatório da Patriarcal e a Embaixada são os locais onde, regularmente, o Real Fado apresenta concertos. Tal como nos explicou Joana Esparteiro, produtora, a ideia é “conceber um espetáculo diferente para cada espaço”. Assim, ao Pavilhão Chinês levam o fado tradicional. No Reservatório da Patriarcal têm promovido um encontro entre o fado com outro género musical.
“Já tivemos fado e morna, fado e choro, fado e tango , aqui com o complemento de dois bailarinos em palco” conta-nos Joana. Para a Embaixada está definido um espetáculo de confronto de gerações, em que convidam cantores de abordagens diferentes, de forma a mostrar em palco os antigos com os mais modernos.
O essencial, em todos eles, é a autenticidade do conceito e a proximidade com o público.