O clássico da literatura brasileira A Escrava Isaura, de Bernardino Guimarães, chegou recentemente às livrarias nacionais numa nova edição, com selo Guerra e Paz Editores, integrando a colecção Livros CMTV.
Resistência e desejo de liberdade e progresso. A Escrava Isaura, romance do escritor Bernardo Guimarães, publicado em 1875, representa um símbolo na luta pelo fim da escravatura no Brasil, ao mostrar, em plena campanha abolicionista, «quanto é vã e ridícula toda a distinção que provém do nascimento e da riqueza».
O livro conta-nos a história de uma escrava, filha de uma negra e de um feitor português, que é criada como uma dama da corte pela mulher do comendador Almeida, numa magnífica fazenda do século XIX no interior do Rio de Janeiro. A sua beleza desperta múltiplas paixões e desejos libidinosos, aos quais Isaura resiste estoicamente.
O maior desafio da jovem será suportar os abusos de Leôncio, o filho do comendador que odeia ser contrariado e desenvolve uma obsessão pela escrava. Esperam-lhe fugas, desafios e amores, sempre em busca da tão desejada liberdade. Terá Isaura conseguido alcançar o bem mais precioso? Só a leitura poderá esclarecer.
O romance tornou-se rapidamente num êxito editorial, dando a Bernardo Guimarães o reconhecimento que até aí não granjeara na proporção merecida. Até o imperador do Brasil, D. Pedro II, quis conhecer o autor.
Mas talvez o mais importante dos elogios tenha vindo de Machado de Assis, nome maior da literatura brasileira e de língua portuguesa: «Com o Sr. Bernardo Guimarães dá-se um fenómeno, que não é raro em literatura: a sua popularidade não é igual ao seu talento. […] um talento tão robusto […] tinha direito à mais vasta popularidade.»
O romance, de 208 páginas, está à venda por 11 euros.