A abertura oficial acontece dia 21 de janeiro e prolonga-se por toda a semana com um programa especial. A sessão de abertura está marcada para as 18h00, no Pavilhão Multiusos de Guimarães com Afectos, em que o guitarrista vimaranense Manuel d’Oliveira é o mestre-de-cerimónias do espectáculo, que decorre até às 20h00. O evento conta com a participação de Filipe Raposo, João Frade, Bernardo Couto, Guilherme Marinho, Joaquim Teles, Cristina Branco, Chico César (Brasil), Ritinha Lobo (Cabo Verde), Yami (Angola), Rão Kyao, os Danças Ocultas, a Fundação Orquestra Estúdio e o Grupo de Caixas e Bombos Nicolinos.
Às 22h00 no Toural (um dos espaços urbanos reconvertidos) celebra-se o ponto de partida de Guimarães 2012 com o espetáculo Berço de uma Nação, com concepção e direcção artística do Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua (CCTAR) e os La Fura del Baus. Uma festa de espaço público, com performance, projecções multimédia e videomapping. A partir da meia-noite a festa estende-se a todo o Centro Histórico de Guimarães, nos bares, ruas, largos e praças.
As celebrações de abertura prolongam-se até 28 de janeiro, com a iniciativa Mi Casa es Tu Casa, que abrange concertos ao domicílio em casas do centro histórico, e, mais tarde, com um concerto dos Buraka Som Sistema, pelas 22h00, no Pavilhão Multiusos e ainda workshops, bailado, cinema, e teatro. Até ao fim do ano estão programados 600 eventos, que se desdobram por todas as áreas da cultura, entre a música, a dança, o cinema, o teatro, as artes plásticas, que assinalam também os 10 anos da classificação do centro histórico como Património da Humanidade pela UNESCO.
Quem visitar Guimarães vai ter a oportunidade de ver algumas das mais antigas imagens da cidade com as cinco exposições de fotografias, onde se encontram registos dos séculos XIX e XX, preservadas em clichés, negativos e papel . O projeto denomina-se Reimaginar Guimarães e é coordenado por Eduardo Brito, é composto por fotografias de monumentos, pessoas, artérias e edifícios vimaranenses, registadas desde os finais do século XIX até aos anos sessenta do século XX.
A primeira exposição intitula-se A Cidade da Muralha e centra-se na apresentação de fotografias do espaço público de Guimarães, o Largo do Toural, o Largo da Oliveira, o Castelo de Guimarães e o Paço dos Duques, são algumas das referências e vai estar patente até 29 de janeiro, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), a A Cidade da Muralha está aberta ao público entre segunda a sábado, das 10h00 às 13h30 e das 14h30 às 18h30 e a entrada é gratuita.
As outras quatro exposições fotográficas a exibir em 2012 serão: O Fotógrafo Martins Sarmento, Antero Frederico de Seabra e Silvino Santos.
Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura vai ainda dinamizar o teatro amador e escolar através do programa Tempos Cruzados, que pretende valorizar as lendas e histórias locais através do projeto de artes cénicas Aqui nasceu Portugal. O programa prevê ações de artes cénicas, por parte de grupos de teatro amador e por grupos de teatro escolar do concelho de Guimarães, com espaços e tempos de formação e aprendizagem. “Aqui nasceu Portugal” parte do enaltecer das figuras gregárias e identitárias de Guimarães e está dividido em quatro acções diferentes: Fórum Permanente de Teatro, Aqui nasceram Histórias e Estórias – Mostra Concelhia de Teatro Amador, Aqui nasceu Gil Vicente e Aqui nasceu Afonso Henriques .
A direcção de Tempos Cruzados pertence a Ricardo Araújo, Isabel Machado e Carlos Oliveira e Eduardo Meira, o director artístico do programa. O projecto conta ainda com o grupo de actores do Teatro Oficina e com o apoio do programa de Artes Performativas de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
Como Capital Europeia da Cultura Guimarães acolhe ao longo de 2012 inúmeros encontros de criadores e criações, das mais diversas áreas, da música, cinema, fotografia, artes plásticas, arquitectura, literatura, pensamento, teatro, dança e artes de rua, promovendo e sendo espelho do desenho cultural português e europeu. Vão cruzar-se as obras de artistas locais e nacionais, com as de todos os artistas europeus representados.
Do programa de Tempos Cruzados destaca-se:
Fórum Permanente de Teatro a decorrer de13 a 15 de Janeiro, no auditório nobre da Universidade do Minho;
Aqui nasceram Histórias e Estórias – Mostra Concelhia de Teatro Amador, a decorrer de às quintas-feiras, entre 26 de abril e 14 de Junho, em local a definir. Esta acção será protagonizada por 10 grupos de teatro de amadores, ligados a 10 associações vimaranenses. Numa primeira fase vão investigar temas relacionados com a vida local, da história e das estórias, às lendas e tradições e depois serão construídos textos dramáticos com a orientação técnica de Hélder Costa, que serão postos em cena em 2012;
Aqui nasceu Gil Vicente, a decorrer de 16 e 22 de junho de 2012, em Associações vimaranenses. Partindo de uma ideia original de Hélder Costa, a construção de um conjunto de esculturas inspiradas em personagens fundamentais do teatro vicentino, com a participação de seis artistas plásticos, para que desenvolvam o projecto de criação de uma escultura de uma das setes figuras: Gil Vicente, Inês Pereira, Mofina Mendes, Pêro Marques, Brizida Vaz, Velho da Horta e Maria Parda. A Associação Artística da Marcha Gualteriana será parceira de Tempos Cruzados – Programa Associativo de Guimarães 2012 nesta acção. As esculturas terão um local permanente e em espaços interiores de associações vimaranenses. A inauguração de cada escultura será acompanhada de sketches teatrais alusivos à personagem representada, protagonizados pelas escolas locais. Será também recolocado e inaugurado o Monumento a Gil Vicente em espaço público a designar. Estas inaugurações estão agendadas para a última semana do ano lectivo, entre 16 e 22 de junho.
Aqui nasceu Afonso Henriques a decorrer no dia 15 de Dezembro de 2012, na Fábrica ASA. Hélder Costa encena um espectáculo da sua autoria com membros de todos os grupos de teatro de amadores de Guimarães que participem na acção “Aqui nasceram Histórias e Estórias”. O encenador declara a propósito deste projeto “Pareceu-me interessante montar um espectáculo que estudasse a figura do nosso primeiro Rei à luz da cultura da sua época e simultaneamente com os olhos, sensibilidade e cultura dos dias de hoje. Fundar um país nesses tempos (como hoje), implica guerras, crueldade e injustiças humanas. E também o esforço e o risco por parte de quem invadia terras e tomava castelos, porque nesse tempo os generais iam mesmo para a guerra. Seria um contributo válido para se compreender socialmente a Cultura e culturalmente a Sociedade”, sublinha.
Texto de Clara Inácio
com tantas bandas filarmonicas na regiao, nao vejo no programa alusao a nenhuma.