Emilie du Châtelet está à beira de embarcar na última das viagens. Pressentindo a morte, faz contas à vida, lembra os amores, os medos, os arrependimentos e as culpas, ao mesmo tempo que passa para livro a forma como gostaria de ser recordada.
A partir do libreto de Amin Maalouf, escritor libanês, a compositora finlandesa Kaija Saariaho criou a música para esta ópera encenada em Portugal com o selo de originalidade de Vasco Araújo e André e. Teodósio, cocriadores artísticos e cénicos. A Orquestra Gulbenkian é dirigida pelo maestro Ernest Martinez-Esquierdo e a soprano é a canadiana Barbara Hannigan. Esta ópera resulta de uma coencomenda da Fundação Gulbenkian, Opera de Lyon e Barbican Centre de Londres. É agora apresentada no Grande Auditório, depois de ter estreado na Ópera de Lyon, em 2010.
O libreto centra-se na fascinante figura de Émile de Châtelet (1706-49), a aristocrata que se tornou uma das primeiras mulheres a dar um contributo decisivo para o mundo da ciência. Escrita em forma de monólogo, em nove cenas vamos conhecer esta mulher brilhante, que foi amante de Voltaire, a quem a proximidade da morte fez despertar medos, culpas, arrependimentos e amores.
Este espectáculo está inserido no ciclo Teatro/Música da Gulbenkian Música, programado em parceria com o Teatro Maria Matos. O preço dos bilhetes é dos 11,00 euros aos 22,00 euros, conforme o lugar escolhido.
Por Clara Inácio