No Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, a nova temporada abre hoje, e fica marcada pelo domínio das mulheres. Adaptado por José Maria Vieira Mendes, Hedda traz-nos a história de uma das personagens mais famosas e complexas do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Questionar profundamente o público a partir da vivência das próprias personagens acontece naturalmente nesta peça, onde Hedda surge no seu longo e solitário caminho para o suicídio.
Produzida pelos Artistas Unidos, a peça tem encenação de Jorge Silva Melo e interpretação de Maria João Luís, Lia Gama, António Pedro Cerdeira, Marco Delgado, Cândido Ferreira e Rita Brütt.
Hedda Gabler é uma das grandes personagens dramáticas do teatro, a heroína idealista, protótipo da feminista ou da vilã manipuladora. É a mulher que procura, entre os seus dois amantes, aligeirar sufoco que tem em si. Sobre a personagem e o seu nome escreveu Henrik Ibsen: “O título da peça é Hedda Gabler. Tenho a intenção de indicar portanto que ela, como personalidade, deve ser vista mais como filha o seu pai do que como mulher do seu marido. (…) A principal coisa para mim tem sido representar seres umanos, os seus humores e destinos, contra o pano de fundo de determinadas condições e atitudes sociais”.
Em cena até 17 de Outubro, o espectáculo representa para aquele teatro municipal um regresso, já que ali se estreou em Portugal a peça de Ibsen, pela mão de Eleonora Duse, a 22 de Abril de 1898, quando ainda se chamava Teatro D. Amélia.
Uma peça para ser vista, de quarta a sábado às 21h00 e ao domingo às 17h30, com bilhetes entre 10 e 20 euros.
Texto de Cristina Alves Fotos de Sara Santos