James Blunt aterrou no Coliseu dos Recreios com a Moon Landing Tour

James BluntReportagem de Tânia Fernandes e António Silva
 

Foi em ambiente de “acabámos de aterrar na lua” que James Blunt e a sua banda surgiram no palco do Coliseu dos Recreios. Quem vinha à espera de um concerto para encostar a cabeça no ombro do parceiro e deixar-se embalar pelos sucessos mais melosos cedo terá percebido que James Blunt ia muito além disso. É que para além de uma voz extraordinária, numa noite em que o som esteve cinco estrelas, o homem é tão divertido que proporcionou momentos de pura stand up comedy!

O cantor e compositor britânico trazia um novo trabalho para apresentar: “Moon Landing”, o quarto álbum de originais. Mas com êxitos prévios estrondosos, daqueles que se colaram aos lugares cimeiros dos tops de música durante semanas a fio, como resolve ele o alinhamento desta digressão? Com muito humor e talento.

Arrancou com “Face the Sun”, passou por “Blue on Blue” e pelo meio introduziu os também recentes, “Satellites” e “Postcards”. Cedo se percebe que, mais do que cantar e tocar, James Blunt gosta de enfatizar as musicas que apresenta e interpreta-las com sentido. Só depois de “Wiseman”, o quinta tema da noite, se dirige ao público e de forma inesperada avisa que, “para já, podem-se manter sentados, como se estivessem no cinema, mas a situação vai mudar mais para a frente, ok?”. Extrovertido, não se inibe perante uma plateia bastante entusiasmada com o seu talento. “High”gera o primeiro grande coro da noite e Blunt aproveita para apresentar um tema inédito que, segundo ele, “só os da primeira fila conhecem”. Trata-se de “Smoke City”. Pelo meio, põe toda a gente a rir com a caricatura que faz da sua reduzida estatura, afirmando que trocou a guitarra pelo cavaquinho para parecer maior. Pela mesma razão, colocou os restantes músicos em plataformas ao longe. Até com a austera produção do concerto o músico brinca, avisando que os fatos de macaco que todos vestem não são de eletricistas, mas de astronautas.

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Até com as próprias músicas, que o catapultaram para o sucesso James Blunt goza: “Estão à espera de músicas miseráveis? Tenho muitas e são as favoritas da banda, que assim tem oportunidade de ir lá atrás beber uma cerveja”. E é neste ambiente de paródia que introduz um sentido e emotivo “Goodbye My Lover”, cuja ovação, no final, foi grande. Tão grande, que o leva a comentar “Vocês gostam mesmo de músicas miseráveis…”. E o ritmo vai mudando, com o alinhamento dinâmico deste músico versátil. De um intimista “I Really Want You” passa para um ritmado “Coz I Luv You” (cover de Slade), durante o qual mergulha na plateia e vem até à outra ponta do Coliseu agradecer ao público. Foi a deixa, para quem já não aguentava mais no lugar e queria chegar à frente de palco. “Heart to Heart” e “Same Mistake” antecederam o hino “You’re Beatiful”.

Para o encore James Blunt deixou o excelente tema “Bonfire Heart” que funciona muito bem ao vivo, entre dois dos antigos êxitos: “Stay the Night” e “1973” para a despedida. Ninguém terá saído insatisfeito do Coliseu dos Recreios. O músico excedeu as expectativas dos presentes, dando muito mais do que um simples concerto.

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1 Comentário

  1. Espetacular o concerto.
    Muito acima do que esperava.
    A voz do James Blunt é ainda mais poderosa ao vivo.
    O seu caracter foi uma surpresa. Não o esperava tão divertido e boa onda. E ainda por cima tirou-nos uma foto a todos os que não resistimos ir lá para a frente coladinhos ao palco, para a sua memória. Certamente divertiu-se tanto como nós.

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