Quem gosta e acompanha a música de Jorge Palma merecia o concerto a que se assistiu, esta quinta-feira, no Coliseu de Lisboa. As canções e poesia de Jorge Palma, envolvidas na grandiosidade da Orquestra Clássica do Centro, dirigida pelo maestro Rui Massena, tornaram-se ainda mais especiais. Novos arranjos que assinalaram os 45 anos de carreira do músico. Este sábado, há repetição da sessão, no Coliseu do Porto.
Pode-se até já ter assistido a vários concertos do Jorge Palma. O concerto que o músico agora preparou é único. Os admiradores compareceram em massa e às 21h30, o Coliseu aguardava, ávido, a entrada do artista em palco. A Orquestra afinava os instrumentos, quando dez minutos depois da hora marcada entrou o maestro Rui Massena, o convidado desta celebração e só depois Jorge Palma.
A receção foi calorosa. O músico dirigiu-se ao piano e abriu a noite com “Frágil”. O palco estava preenchido de músicos e Orquestra e banda foram alternando protagonismo. Nas primeiras quatro músicas, tocaram em conjunto, criando assim, um ambiente grandioso. Com os temas “Lado errado da noite”, “Dá-me lume” e “Só” conquistaram logo o público. “É tão bom o que eu estou a sentir”, comentou Jorge Palma, agradecido, depois deste início de concerto.
Seguiram-se alguns temas conduzidos pela Orquestra, que deram uma envolvente quase cinematográfica às canções, em especial, com “Estrela do mar”. Destaque à secção de sopros em “O meu amor existe” e voltou o coro do público em “Canção de Lisboa”. Ouviram-se músicas que marcaram diferentes gerações, que se encontraram nesta noite, na sala de Lisboa. Depois de “Bairro do Amor” Jorge Palma levanta-se e troca o piano pelo banjo para “Jeremias, O fora da lei”.
Elogios do público, foram sendo ouvidos ao longo da noite “És o maior, Jorge!”.
Um parêntesis na Orquestra para se apresentar só com a sua banda em “Dormia tão sossegada”, “Eternamente Tu” e “Cara d’Anjo Mau”. Rui Massena volta a entrar em palco e juntos recriam um dos maiores êxitos de Jorge Palma, que foi entusiasticamente seguido pelo público “Encosta-te a Mim”.
Sem esquecer o propósito do feriado e com o seu jeito de criança rebelde, dedilha o hino de Portugal, reconhecido de imediato por todos. Continua com o não menos célebre “Deixa-me rir” e volta à guitarra em “Portugal, Portugal”.
Sozinho, ao piano, recupera de 2004 “Passeio dos Prodígios” e o mais recente “Balada de um Estranho”. O maestro passa depois a batuta a Jorge Palma e é o músico quem dirige a orquestra por momentos. Juntam-se depois os dois ao piano, para um improviso a quatro mãos que teve o seu toque de cómico, selado por um caloroso abraço.
A despedida, fez-se com o habitual “A Gente Vai Continuar”. E sim, todos os presentes querem continuar a acompanhar a genialidade musical de Jorge Palma.