Mieko Miyazaki e Fumie Hiara, vestidas de kimono entraram no palco, e cumprimentaram a audiência com um simpático boa-noite e um pequeno discurso de agradecimento,e logo ali criaram cumplicidade e bem-estar. Depois apresentaram a sua mestria na arte do instrumento tradicional japonês koto, e quando acabou, deixou vontade de mais.
As sonoridades japonesas do concerto do Koto Project, na passada sexta-feira, 16 de Abril, no Museu do Oriente, foi, sem dúvida, um sucesso.
Primeiro foi o koto, um instrumento de cordas semelhante a uma cítara, que encheu o espaço de notas melódicas e tensas, com repertório dos séculos XVIII, XIX e XX, que pareceu recriar uma outra realidade. E depois o shamisen que veio acompanhar o primeiro instrumento.
Elogios às flores de cerejeira (sakura), o Outono numa cidade do Japão, uma canção tradicional cantadas pelas raparigas que lavam nos rios os tecidos depois de serem tingidos compuseram a apresentação, às vezes ornamentada pelas vozes ricas e cheias das duas artistas, cada uma com a sua forma de tocar, pois ambas vêm de escolas diferentes, conforme foi explicado.
O Koto Projecto, uma co-produção Fundação Oriente/Incubadora d’Artes, criou, ao longo de uma hora e meia, momentos de diferentes emoções.
Com uma extrema simpatia, quer pelo cuidado de explicar quer a arte do koto, quer os temas musicais que iriam executar, Mieko Miyazaki e Fumie Hiara deslumbraram, e deixaram a vontade por mais.
O espectáculo marcou o início da Festa do Japão no Museu do Oriente, que terá lugar até 9 de Maio, e que se insere no âmbito das comemorações dos 150 Anos do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão.
Por Catarina Delduque