Lloyd Cole E A Comoção De Voltar A Tocar Ao Vivo

Reportagem de Tânia Fernandes (texto) e António Silva (fotografia)

Lloyd Cole
Lloyd Cole

Depois de um longo hiato de dois anos, o público bate palmas ao regresso dos nomes internacionais aos palcos. Sucessivos adiamentos, devido a restrições impostas pela pandemia, foram conjugados com tentativas de atuação em streaming. Ultrapassado este cenário, sobressai a sensação de que a cultura volta ao lugar onde pertence. O concerto esgotado de Lloyd Cole, esta sexta-feira, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril, é um exemplo da sede que o público tem de voltar aos eventos, cara a cara com os artistas.

Nada substitui a sensação de vibrar com os acordes de músicas que estão escritas na memória. E é mesmo esse o motivo que explica casa cheia, para um nome que fez sucesso nos anos 80, com os Commotions e continuou pelos 90, com a sua carreira a solo. Lloyd Cole continuou a lançar novos trabalhos, com regularidade, o último dia quais Guesswork, em 2019. Mas o público ficou agarrado ao que foi feito há 30 anos.

O timbre do voz não mudou e quando se juntam os acordes célebres, faz faísca na alma. E foi por estes momentos que todos aguardaram pacientemente.

Lloyd Cole dividiu a noite em duas partes. Na primeira, atuou a solo, em formato acústico, numa espécie de primeira parte de si próprio. Muito falador, sempre a interpelar o público que ia entrando na sala, já depois do início do concerto. Com um humor dizia “já perderam “Rattlesnakes”… Um dos hinos mais queridos dos fans.

Mantendo a boa disposição, deu também algumas indicações ao público de como se deve comportar num concerto “se vos apetecer cantar, podem à vontade. Mas quando virem um palco sem baterista, não tentem acompanhar as músicas a bater palmas, porque vai ser um desastre… “.

Depois de voltar a deixar o público a vibrará com “My Bag” explicou, emocionado, que a noite marca o seu regresso aos palcos, depois de uma interrupção de dois anos. Estava em Gotemburgo, na Suécia, quando foi obrigado a interromper a digressão, que só foi possível retomar agora.

Alguém do público gritou “relax” e a resposta , para quem teve a vida suspensa durante todo este tempo, foi imediata “é impossível relaxar hoje”.

Em cerca de meia hora o músico fechou esta primeira parte.

Depois de um intervalo, avançou para uma extensa apresentação de vinte temas. Acompanhou-o o guitarrista escocês Neil Clark, velho conhecido de Lloyd Cole do tempo dos Commotions.

O formato acústico, é interessante para um parêntesis num concerto, mas torna-se difícil de sustentar quando é a fórmula de todo o espetáculo . As músicas, maioritariamente desconhecidas para o público, tornam-se muito semelhantes e no final de cada tema, as pessoas começam a abandonar a sala. Lloyd Cole só consegue segura-las quando lhes vai à memória. “Jennifer She Said” foi um desses bons momentos.

From Rattlesnakes to Guesswork é o nome da digressão, mas Lloyd Cole sabe que tem de inverter a direção no alinhamento. Quer acabar com o que de melhor sabe que tem para dar. Assim, fechou a noite com “Hey Rusty”, “Perfect Skin”, “Lost Weekend” e depois, em encore, “No Blue Skies” e “Forrest Fire”.

“As canções antigas já são muito antigas” disse o músico a determinado momento, mas são mesmo os clássicos que o público que cantar e aplaude mais maior entusiasmo.

Este sábado, 19 de maio, Lloyd Cole atua no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota,  no Porto e dia 21 de março no Teatro Micaelense, Ponta Delgada. os interessados ainda podem adquirir bilhetes nos locais habituais.

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