MAAT Reabriu Ao Público

O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, sob a direção da italiana Beatrice Leanza, reabriu no dia 10 de junho, com uma programação de cinco dias, que inclui visitas guiadas, exposições, e conversas com curadores e artistas.

O MAAT encerrou em dezembro de 2019 depois de o edifício ter sido danificado pelo mau tempo, e contava reabrir a 27 de março de 2020, mas manteve-se fechado devido à pandemia de covid-19.

O museu, alvo de obras, ganhou uma nova entrada temporária virada para a cidade. A intervenção arquitectónica Beeline, desenvolvida pelo estúdio SO-IL, de Florian Idenburg e Jing Liu, ocupa todo o museu e será palco, durante sete meses, de um programa público participativo sobre o papel das instituições culturais na sociedade, o Maat Mode.

Esta transformação na arquitetura do museu, desenhado por Amanda Levete, complementa a exposição Currents – Temporary Architectures by SO-IL, em mostra na rampa elíptica no interior do edifício. Lá dentro, poderão ser vistos 12 projetos do estúdio sediado em Nova Iorque, ao longo de uma década.

Quanto à programação de reabertura, que teve início a 10 de junho, as visitas ao projecto Beeline começaram às 11h00 e terminam às 16h00. Seguiram-se conversas sobre temporalidade e espaço cívico, com arquitetos e curadores como João Belo Rodeia, com Florian Idenburg e Jing Liu ligados a partir de Nova Iorque, e Ricardo Carvalho, Roberto Cremascoli, Filipe Magalhães e Ana Luísa Soares (Atelier Fala) e Bárbara Silva.

Estão previstas oficinas para crianças, visitas e conversas com artistas como Cláudia Martinho, sobre a sua instalação sonora Extinction Calls, criada com os sons de espécies de pássaros extintas ou seriamente ameaçadas.

Estão também previstas visitas guiadas às exposições Melancolia Programada e Unharia Ratóricas, conversas com o investigador Pedro Teixeira e o artista Pedro Gomes.

Como parte do projeto Beeline, realizado em parceria com a empresa Artworks, os arquitetos desenharam também um conjunto de 15 unidades de armazenamento de arte móveis e reconfiguráveis que se encontram espalhadas pelo espaço.

Os seus conteúdos, a par de materiais de arte arquivados, são coletivamente intitulados The Peepshow – Artistas da Coleção de Arte da Fundação EDP, e apresentam intervenções discretas e intimistas que revelam trabalhos, metodologias e momentos de criação dos artistas, dando acesso aos seus mundos privados.

Os artistas incluídos na exposição são Catarina Botelho, Paulo Brighenti, Tomás Colaço, Luísa Ferreira, Horácio Frutuoso, Mariana Gomes, Pedro Gomes, André Guedes, João Louro, Maria Lusitano, João Ferro Martins, Paulo Mendes, Rodrigo Oliveira, Francisco Vidal, Valter Vinagre.

O MAAT vai ainda apresentar Memovolts – Histórias da Coleção de Património Energético da Fundação EDP, um total de sete mostras com tópicos como “As mulheres na publicidade aos Eletrodomésticos (1930 – 1950)”, e ‘Memórias da Cidade de Lisboa: A Fotografia de Kurt Pinto. O Design do Som e da Imagem (1920-1960)’.

Ainda a acompanhar estes projetos, e enquanto parte da Beeline, estarão três estações de áudio intituladas Sound Capsules, que acolhem uma série de propostas de som com curadoria e conteúdos especialmente produzidos em colaboração com os alunos da Escola de Tecnologias, Inovação e Criação.

Também será apresentada uma série com curadoria de Gonçalo F. Cardoso, apresentando trabalhos selecionados a partir do catálogo da editoria discográfica Discrepant que explora os temas Realidades Alternativas e Tradições Atípicas, difundidos ao longo de um conjunto de performances ao vivo que terão lugar na ‘Beeline’.

Ainda segundo a nova programação, todos os espaços do edifício vão ter audíveis o projeto de som, uma paisagem sonora realizada pela artista Cláudia Martinho intitulada Extinction Calls e arquivos online, tais como a Macaulay Library do Cornell Lab of Ornithology e a Internet Bird Collection.

O museu convidou também o ‘designer’ francês Sam Baron, que trabalha em Lisboa, para criar um sistema de comunicação que visa ajudar a circulação dos visitantes no museu mantendo o respeito pelas atuais regulamentações de segurança no quadro da pandemia de covid-19.

De acordo com o museu, o projeto Beeline foi desenhado para acolher o MAAT Mode, um programa público participativo de sete meses que é apresentado como “um exercício de interrogação acerca do papel das instituições culturais na sociedade e da prototipagem do futuro do museu.


O objetivo, segundo a nova direção, é gerar a reflexão e debate sobre temas como a ação climática, com um foco específico nos Oceanos e na cultura marinha, incluindo colaborações com instituições de cultura e educativas portuguesas e internacionais.

O MAAT reabriu no horário habitual, das 11h00 às 19h00, com capacidade limitada de lugares sentados para os eventos da programação, regras de distanciamento, controle de temperatura e higienização das mãos.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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