Depois da tour dos 50 anos de carreira no ano passado, Marco Paulo trouxe as canções que nunca deixaram de estar presentes nas nossas casas (não, não digam que não), à Altice Arena, na noite de 2 de dezembro. O “verdadeiro artista” é assim: Voz poderosa, estilo muito próprio e uma legião de seguidoras (seguidores também) que sabem todas as canções de cor, sempre a postos para as palmas e refrões.
Por estranho que pareça, para uma carreira tão reconhecida (e longa), esta foi a terceira vez que Marco Paulo cantou em Lisboa (as duas anteriores foram no ano passado no Coliseu dos Recreios e no Campo Pequeno).
Com 36 elementos e a orquestra alinhada em 4 pisos sobre o palco, “Maravilhoso coração, maravilhoso” aqueceu os corações e as palmas e vozes da plateia que, com “Joana”, prosseguiram cantando entusiasticamente.
“Boa noite! Finalmente…. Há um ano eu tinha dito que vinha cantar ao MEO Arena e hoje é Altice Arena. Como tenho dito (…) , eu gostava que esta noite fosse uma festa, uma festa para mim, uma festa para os meus músicos, uma festa principalmente para vocês que vieram aqui esta noite. Obrigado (…) Vocês são todas especiais (…). Agora vamos às músicas, umas mais conhecidas, outras menos, mas que vocês vão gostar”.
Seguiu-se “Lágrimas de Amor” e “Além da Cama” com o apelo de que “Se souberem a letra, façam favor”. Apelo desnecessário no “Taras e Manias” literalmente aplaudido, cantado e declamado pela plateia do principio ao fim, sendo que, no final, à capella, Marco Paulo mexeu-se, remexeu-se, abriu-se e mostrou-se para nós.
Em “Como Passaram os Anos”, Marco Paulo passou a mensagem de que nunca se deve ter vergonha da idade que se possa ter e que se deve viver o dia-a-dia, principalmente com saúde. Depois das condolências à família de Zé Pedro “(…) como a vida continua, vamos cantar o que precisamos”: “Mais e Mais Amor” e “Amor Sem Limite”, este último dedicado às mães.
“Gostam de cantar? Gostam de bater palmas? Gostam de dançar? Divirtam-se.”
Foi o repto para “O que fazes esta noite”,“ Mulher de 40”, com manifestações de carinho pelas fãs e o “Mas não te esqueças” – tema recente que constou da edição dos 50 anos de carreira. Aqui houve a promessa que o concerto teria a “Nossa Senhora” e um fado lindíssimo com Ângelo na guitarra portuguesa. Esse tal momento com o Ângelo Freire, um momento diferente, veio logo a seguir: “O Grito”, de autoria de Amália Rodrigues, foi cantado, à maneira de Marco Paulo, em homenagem a Amália.
“Mudando de estilo, agora eles tocam e vocês cantam: Eu tenho dois amores” – disse Marco Paulo. E sem surpresas, o “Eu Tenho Dois Amores” agitou todo o pavilhão: ”ta na na, ta na na.”
De regresso às canções românticas, cantou “Amor Eterno” e “Que Pecado (não poder adormecer entre os teus braços….)” com o primeiro anúncio do final pelo meio: “Está quase a chegar ao fim. Aquilo que eu há um ano ansiava tanto, está a chegar ao fim. Que saudades vou ter eu dos vossos aplausos, dos vossos sorrisos e da vossa simpatia”.
Seguiu-se “Assim Foi” – segundo tema também recente que consta da caixa dos 50 anos, com o final à capella.
Houve um momento selfie antes do “Nossa Senhora” para todos os portugueses, e para os fãs que não puderam estar na Altice Arena nesta noite. “Mesmo que não volte aqui, esta fotografia vai ficar como recordação até ao ultimo dia da minha vida. (…) Agora preparem, por favor, as luzes dos vossos telemóveis porque costuma-se dizer que cantar é rezar é duas vezes”:
Nossa Senhora/ me dê a mão/ cuida do meu coração/ da minha vida, do meu destino, do meu caminho.
Num concerto que passou as duas horas, Marco Paulo, revisitou êxitos, uns atrás dos outros, todos cantados e aplaudidos veementemente, sempre com uma conversa entre temas. Feliz, visivelmente feliz, recebeu presentes, cartões e beijinhos. Retribuiu beijinhos no coração. A todas.
“Quando eu canto à capella, assim sem música, é em especial para vocês”.