Os The Script fecharam a edição de 2015 do Festival Marés Vivas. Jamie Cullum fez vibrar a moldura humana que se desenhava na Praia do Cabedelo. A madrinha do festival, Ana Moura, trouxe o fado para um festival de verão. Os The Black Mamba abriram as hostilidades com um concerto que percorreu vários estilos. O último dia do Marés começou com a atuação de quatro rapazes, os Like Us, que maravilharam as fãs, no palco secundário. Deau trouxe hip-hop e atraiu muitos festivaleiros que entoavam as letras na perfeição.
Os The Script foram a banda que trouxe mais festivaleiros até Gaia, no último dia do Marés Vivas. O trio irlandês começou com pouco gás, mas foi crescendo ao longo da atuação, com milhares de fãs a responderem aos apelos da banda. Com as músicas sabidas na ponta da língua, os fãs puderam cantar os grandes sucessos do trio que passam repetidamente nas rádios portuguesas, como “The man who can’t be moved”, “For the first time” e “Breakeven” e ainda temas do álbum mais recente. Foi um concerto bem produzido que deu espaço para que o vocalista Danny O’Donoghue fosse até à bancada Caixa e deixasse os fãs em delírio. Encerraram o Marés Vivas, em Gaia, com os festivaleiros a cantar em coro, de braços erguidos e com milhares de pontos de luz a iluminar o “Hall of fame” de The Script.
Jamie Cullum é um “puto” reguila e uma maravilha condensada que sabe muito bem como entreter um público. A qualidade do britânico como músico é inquestionável, com o piano a ser sempre o centro da performance. Saltos do piano, o “Happy Birthday” para a Francisca, o envergar da bandeira nacional que foi buscar ao público são alguns dos momentos inesperados do concerto que tem sempre espaço para grandes conversas com a audiência. Não se viam pessoas em êxtase mas sim com sorrisos rasgados, a ondular o corpo ao som do groove de Jamie. Para além dos temas mais conhecidos como “Everlasting love”, “Everything you didn’t do”, e claro, “Don’t stop the music”, o músico tocou ainda uma versão de “High and dry”, dos Radiohead e de “To build a home” de Cinematic Orchestra.
Ao cair da noite, Ana Moura subiu ao palco. É sempre uma surpresa ver fadistas em festivais de verão, no entanto, a cantora foi entretendo os presentes, que inicialmente estavam um pouco indiferentes. Com “Amor afoito”, “Valentim” de Amália Rodrigues, e “Os búzios”, foi conquistando o público. Houve espaço ainda para Ana Moura ter um convidado que trouxe “Semba”, um estilo musical angolano, que imprimiu um ritmo diferente ao espectáculo. O final do concerto foi bem animado com “Desfado” a ser cantado com entusiasmo pela maioria dos festivaleiros.
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Os The Black Mamba foram uma excelente abertura do palco principal. Com a energia certa, o trio formado por Pedro Tatanka, Ciro Cruz e Miguel Casais deu música da boa aos festivaleiros. Com uma sonoridade soul, a banda apresentou temas do álbum mais recente “Dirty Little Brother”. Os temas “It ain’t you’” e “I’ll meet you there” tiveram mais acompanhamento por parte do público. O single “Wonder Why” foi o momento alto do concerto e contou com a presença de Kika Cardoso, vencedora da segunda edição do programa de televisivo Factor X.
São quatro rapazes muito jovens ainda mas já tem uma legião de fãs. Os Like Us abriram o palco secundário e tocaram temas como “Contigo é simples”, “You Mean The World To Me” e ainda uma versão de “Sugar”, dos Maroon 5. Apesar da tenra idade, os jovens já sabem lidar com uma plateia e fazer as delícias das fãs.
Deau entrou a abrir e trouxe hip-hop ao Palco Jogos Santa Casa. Os mais jovens alinharam sempre com o músico portuense, num concerto muito com muita interação e energia.
Terminou assim mais um Festival Marés Vivas, mas a edição de 2016 já tem encontro marcado com os festivaleiros nos dias 14, 15 e 16 de julho, em Vila Nova de Gaia, anunciou o diretor da PEV Entertainment, Jorge Lopes.
Reportagem de Cristiana Faria Moreira