MED 2015 Com Cartaz de Luxo e Algumas Surpresas

festival med-15A 12º edição deste prestigiado festival estará associado este ano ao Património Cultural Imaterial da Humanidade, nas três expressões da cultura portuguesa – Fado, Cante Alentejano e Dieta Mediterrânica.

Serão quatro dias com muita música e outros aspetos da cultura mundial, com a zona histórica de Loulé a encher-se de cor, música, cheiros e sabores entre os dias 25 a 27 de junho, sendo que no dia 28 a entrada será gratuita e exclusivamente dedicado à dieta mediterrânica.

O cartaz completo do evento foi apresentado na passada terça feira no Cine-Teatro Louletano, contando com a apresentação da jornalista da Antena 3 Raquel Bulha e a pelo presidente da câmara de Loulé, Vítor Aleixo, que sublinhou o facto do Festival MED ter tido o mérito de valorizar a Zona Histórica da cidade. “Este é um local absolutamente primoroso que os louletanos conheciam mal, frequentavam pouco, e foi graças ao Festival MED que começaram a despertar para o Centro Histórico da nossa cidade. A cada ano que passa há qualquer coisa de NOVO mais para nos apercebermos que temos ali uma jóia”, afirmou Vítor Aleixo.

Na perspetiva do vice-presidente da câmara de Loulé, também diretor do festival, este evento vai continuar de mãos dadas com as questões ambientais e, nesse sentido, adiantou desde logo a novidade de que o Copo Ecológico, lançado em 2014, irá manter-se, mas desta vez gratuito para todos os que adquirirem bilhete. “De acordo com a contabilização feita pelo ambiente e serviços urbanos da Câmara Municipal de Loulé, esta iniciativa permitiu reduzir a produção de plástico em quase 1 tonelada por noite”, explicou o diretor do evento e vice-presidente da Autarquia, Hugo Nunes.

No final da apresentação, o público pôde ainda ouvir a cantora moçambicana Sela Uamusse.

Alamedadosoulna (Espanha), Brass Wires Orchestra (Portugal) e Babylon Circus (França) são os últimos nomes divulgados e que fazem parte da lista de artistas que irão passar por Loulé. No total serão 42 bandas, de 15 nacionalidades, distribuídas por seis palcos que levarão o melhor da World Music ao coração do Algarve.

A par dos três palcos principais – Matriz, Cerca e Castelo –, o Bar Bafo de Baco irá apresentar uma programação de nove bandas para o Palco Bica, enquanto que a CASA da Cultura de Loulé levará ao Palco Arco seis projetos.

Durante os três dias de Festival, o MED Classic propõe uma programação para a Igreja Matriz, às 19h30, que contará com os concertos do Ensemble MED, do Ensemble de Flautas de Loulé e Ensemble de Alaúdes de Évora e o projeto musical Symbiosis de Lilia Donkova e Gonçalo Pescada.

Mas a grande novidade em termos musicais vai ser o MED Fado, a recriação de uma Casa de Fados, nos Claustros do Convento, por onde vão passar fadistas locais. Esta pretende ser uma homenagem ao Fado enquanto Património Cultural Imaterial da Humanidade. É também neste âmbito, enquanto elementos integrantes da cultura portuguesa distinguidos pela UNESCO, que o Cante Alentejano e a Dieta Mediterrânica vão estar em destaque.

O Cante inserido no programa de animação do recinto, com grupos em vários pontos do recinto que levarão esta expressão popular do Alentejo ao MED.

A Dieta no dia de entrada livre, domingo, 28 de junho, que será integralmente dedicado à gastronomia e aos sabores e SABERES da alimentação da Bacia do Mediterrâneo, distinguida em 2013 como Património Imaterial da Humanidade, reconhecimento para o qual a região algarvia também deu o seu contributo.

Ao nível da animação de rua, cinco grupos vão estar espalhados pelo recinto diariamente, interagindo com os visitantes, com muitas surpresas e momentos musicais improváveis como um concerto de serrotes.

A gastronomia de países como Grécia, Marrocos, Itália, Líbano ou Espanha é outra das componentes importantes do MED, tal como o artesanato nacional e internacional representado por 80 expositores. Nas artes plásticas o programa propõe 4 exposições em vários pontos do recinto.

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Este ano sobe também ao palco do Festival MED o grupo sul-coreano Jambinai. Um quinteto jovem que integra músicos ligados mais à formação clássica sul coreana e outros mais ligados à vertente contemporânea do Rock. Ligações que irão tornar-se explosivas na composição dos temas ao vivo e com grande ênfase ao Geomungo, um instrumento de cordas, uma espécie de cítara, tocado com uma palheta provocando um turbilhão de sensações e emoções consoante a intensidade e constância com que é tocado. Para além desse instrumento a banda faz-se ACOMPANHAR por outros tradicionais – o de arco chamado “hegam” e o de sopro piri. Juntam-se a bateria e o baixo. O cenário é o ideal de fusão entre o Pós-Rock eletrónico e a tradição da música da Ásia, mais concretamente, tradição da Coreia do Sul.

Danças Ocultas & Dom La Nena é outro dos projetos em evidência no cartaz deste ano do MED. Apresenta a ligação de Portugal e Brasil e o melhor dos dois mundos. Esta união começou pela curiosidade mútua de fundirem canções, da violoncelista brasileira Dom La Nena e os instrumentais do quarteto português de concertinas Danças Ocultas. Começaram a tocar juntos em 2012 e editaram no Início deste ano o EP ArCo.

Os holofotes irão incidir também sobre uma artista que vem da Argélia. A cantora e percussionista Saharaui Aziza Brahim irá mostrar ao público louletano a tradição e pertinência da música do Sahara Ocidental, uma região massacrada pelos conflitos político-religiosos. Cresceu num campo de refugiados da Argélia e cedo percebeu que a música não se resumia à função de entretenimento, ela permitia expressar sentimentos e ideias fundamentais da resistência. Consegue estudar em Cuba, durante uns anos e, em 2007, criou um super grupo com elementos de diferentes nacionalidades (Espanha, Senegal, Colômbia). O ano passado editou o seu terceiro álbum Soutak, com músicos de Barcelona e Mali.

Baloji é o nome do artista congolês que irá subir ao palco da Cerca no dia 27 junho. É também a palavra que em swahili quer dizer feiticeiro. Baloji nasceu no Congo e foi viver muito novo para a Bélgica. Regressou bem mais tarde, já depois de ter gravado o seu primeiro disco o Hotel Impala com sonoridades mais ligadas ao hip hop. Quis, a partir daí, explorar as suas tradições. A meta seria gravar uma nova versão desse seu disco mas o que descobriu nas ruas de Kinshasa surpreendeu-o tanto que começou a gravar um álbum novo, o Kinshasa Succursale.

Ester Rada é outra forte aposta na edição deste ano do Festival MED, juntamente com os Balkan Beat Box marcam a presença de Israel. Quem a influencia é Nina Simone, Stevie Wonder ou Erykah Badu, personalidades ligadas à Soul e ao R&B. Ester junta um ethio Jazz hipnótico, Funk com toda a vanguarda cosmopolita de Israel. Traz um som inovador, melódico, atual, definindo-o como Ethio Soul.

O Festival MED 2015 tem para este ano um orçamento previsto de 200 mil euros. O preço das entradas mantém-se igual ao do ano passado: Em pré-venda, Bilhete Diário – 10 euros, Bilhete Festival (acesso aos 3 dias de Festival) – 25 euros e Bilhete Diário Família (2 adultos e 2 crianças até 16 anos) – 25 euros. No período de venda normal, os bilhetes terão os seguintes preços: Bilhete Diário – 12 euros, Bilhete Festival (acesso aos 3 dias de festival) – 30 euros e Bilhete Diário Família (2 adultos e 2 crianças até 16 anos) -25 euros.

Por Paulo Sopa (Texto e Fotos)

 

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