Por Elsa Furtado
Em vez de um museu localizado num dos eixos da Cidade, com alguns núcleos espalhados, a Câmara pretende agora, criar um museu que capte mais à atenção e que conte a História da Capital, nos seus diversos momentos e locais exatos, (embora o projeto já tenha alguns anos ganha agora vida, só agora vê a sua concretização).
Começamos em baixo, junto ao Rio, no Torreão Poente do Terreiro do Paço, onde vai ficar instalado um dos novos núcleos museológicos do Museu, que explora a relação da cidade com o Rio e também uma ala que vai receber exposições temporárias.
Seguimos para a Casa dos Bicos, no Campo das Cebolas, onde vai ficar instalada (paredes meias com a Fundação Saramago), o novo núcleo arqueológico da cidade, cujo espólio aqui presente remonta aos tempos mais antigos, com destaque para o período romano ( em estudo está ainda a possibilidade de abrir durante o ano as Ruínas da Rua da Prata, que atualmente só abrem uma vez por ano). Um núcleo que fica complete com a reabertura do Museu do Teatro Romano (atualmente em remodelação) e que fica na zona do Limoeiro.
Ainda na subida para o Castelo, junto à Sé, o Museu Antoniano, reabre agora renovado e rebatizado como Núcleo dedicado a Santo António, com um projeto museográfico mais atual e apelativo, (uma renovação que aposta também no turismo religioso).
A ideia de um Museu de Lisboa surgiu ainda em tempos da Monarquia, em 1909, mas até 1935 o espólio existente à época andou a saltar de local em local, desde o Convento do Carmo, a outros passageiros de somenos importância, até que na década de 30 muda para o recém adquirido Palácio da Mitra, na Rua do Açúcar (na zona de Xabregas), onde abre portas ao público a 25 de abril de 1942, como Museu da Cidade, e por aqui fica até 1973. Em 1979 é transferido para o Palácio Pimenta, onde está instalado até aos dias de hoje sob a designação que agora cai.
O atual Museu instalado no Palácio Pimenta, em tempos propriedade do Conde de Farrobo (o mesmo da Quinta de Sete Rios e do Teatro Thalia), apresenta um vasto espólio museológico, que conta a história e a evolução da cidade desde os tempos Pré-históricos até à Primeira Guerra Mundial, tudo ao longo dos dois pisos, e várias salas que constituem o Palácio. Uma visão da Cidade que vai agora ser alterada neste novo projeto museológico e com os diferentes núcleos.
Segundo a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, explicou numa entrevista à Agência Lusa, “O Museu de Lisboa vai passar a contar a História do Concelho através de cinco núcleos museológicos … através dos quais pretendemos dar uma ideia integrada, e que a História da cidade se conte a partir de uma exposição, que está num determinado edifício, ou de espaços muito concretos relacionados com essa própria história”, ou seja, contextualizar e integrar a História no espaço físico real.
Na segunda-feira, dia 14 inaugura o Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos, junto à Cerca Velha, e no dia 18 de julho, é a vez da inauguração do renovado Núcleo dedicado a Santo António, antigo Museu Antoniano.
O Museu do Teatro Romano está previsto reabrir no princípio do próximo ano, e o Palácio Pimenta vai ser alvo de uma remodelação faseada, não estando a data de finalização das obras ainda prevista.
Uma nova vida para um Museu quase centenário.