O Museu de Lisboa inaugura hoje uma exposição sobre o passado e o futuro do Torreão Poente da Praça do Comércio, intitulada O Lugar do Torreão. Imagem de Lisboa.
Conforme explica o Museu de Lisboa em comunicado, a exposição “conta-nos o passado e o futuro do Torreão Poente da Praça do Comércio, um dos símbolos arquitetónicos e urbanísticos de Lisboa”, numa história que começa nos primeiros anos do século XVI, quando D. Manuel mandou construir um novo palácio real, rematado, já dentro das águas do rio, por uma construção de aspeto militar: o Torreão do Paço da Ribeira. Destruído várias vezes ao longo da História, foi duplicado na Lisboa de Pombal nos extremos nascente e poente da nova Praça do Comércio.
Encontrando-se em ruínas o edifício manuelino, Filipe II decidiu fazer um novo Torreão, um volume autónomo presidindo sobre a praça que se lhe erguia a nascente, o Terreiro do Paço.
Depois de 1640, o reino recuperou a independência e o monarca voltou a habitar o Paço da Ribeira. O Torreão sobreviveu incólume à mudança de regime e assim chegou a 1755, ano em que desapareceria pela segunda vez. O terramoto destruiu a materialidade do edifício, mas não a força da sua memória. Por isso, a cidade pombalina que se ergueu sobre os escombros mudou a função do Terreiro do Paço (agora Praça do Comércio), mas voltou a dar corpo arquitetónico ao Torreão, desta vez duplicando-o, nos extremos nascente e poente da nova praça.
Nos séculos seguintes, o Torreão continuou a atravessar regimes: do absolutismo de D. José, que nele não quis viver, passando pela monarquia constitucional que instalou aqui os seus ministérios e pelos republicanismos novecentistas que continuaram a usá-lo como espaço maior da sua representatividade.
A exposição termina com a assunção do Torreão Poente enquanto parte integrante do Museu de Lisboa, com referência às exposições temporárias que desde 2015 foram sendo apresentadas, e com a apresentação do projeto de arquitetura e maquete relativos ao futuro próximo do edifício.
Comissariada por Nuno Senos, a exposição pode ser visitada até outubro de 2019, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00.