Museu De Lisboa Reabre Ala Renovada Com Nova Exposição Permanente

O Museu de Lisboa – Palácio Pimenta reabriu a nova ala renovada no primeiro piso da exposição permanente, após um longo processo de remodelação do edifício, de atualização do discurso e da introdução de novas peças na exposição.

Cerca de 300 peças saíram das reservas do Museu de Lisboa e são agora mostradas ao público, nas 11 salas renovadas onde se alargam agora os horizontes geográficos e cronológicos da História da Cidade, percorrendo a sua evolução urbanística, social e cultural, desde o Século XVII até ao final do Século XX, através de obras tão variadas como maquetas, gravuras, pinturas, fotografias, mobiliário, cerâmica e azulejos.

Em destaque a maqueta cor-de-rosa do projeto do arquiteto modernista Cristino da Silva para a praça do Areeiro, a grande escala do quadro de Miguel ngelo Lupi que retrata o Marquês de Pombal, exposto no cimo do primeiro lance de escadas de acesso à exposição, e os seis planos da reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, expostos em conjunto, pela primeira vez.

O impacto que Lisboa teve no fenómeno global da escravatura e o papel da Inquisição são duas das temáticas em evidência na nova exposição, a par das salas dedicadas ao Século XX, com a evocação dos momentos históricos e das obras como a ponte sobre o Tejo, o aeroporto e a rede de metro.

Da longuíssima História de Lisboa – mais de dois mil anos –, contam-se partes que se destacam por razões várias, com conteúdos atualizados e outros novos. Neste piso agora reaberto, a cronologia começa no Século XVII e vai até ao Século XX, momento em que se ergue a Expo’98, projeto transformador da cidade.

Logo na primeira sala, das 11 do percurso expositivo, mostra-se ao visitante uma das pinturas mais relevantes de toda a coleção. O quadro do pintor holandês Dirk Stoop, uma das mais importantes vistas do Terreiro do Paço, onde existia o Paço da Ribeira, conta-nos muito sobre a Lisboa desta época. “Temos o apogeu desta praça solene e da sua importância no mundo, a representação da chegada a Lisboa de D. Francisco de Mello e Torres, 1º Conde da Ponte e embaixador extraordinário de Portugal em Londres para a negociação do casamento entre D. Catarina de Bragança e Carlos II de Inglaterra, mas também a multiculturalidade da cidade já existente neste período”, explicou Joana Sousa Monteiro, a atual diretora do Museu de Lisboa.

É no Século XVII, quando Lisboa fez parte do império espanhol dos Habsburgos, que se retoma o fio condutor da História. Entre maquetas, tapeçarias, cartazes, gravuras, pinturas, fotografias, mobiliário, cerâmica e azulejo, a nova narrativa conta com 300 peças, cerca de metade das quais se mostra pela primeira vez na exposição permanente do museu, um verdadeiro regalo. A cada olhar, aparece um novo detalhe, uma nova curiosidade e uma nova informação. Há gavetas nos expositores para se abrir e vídeos que pedem uma paragem.

Mais abrangente, cronológica e geograficamente, a exposição aborda pela primeira vez a evolução urbanística, com a construção de novos bairros para alojar a população que se fixava na cidade, infraestruturas como a ponte sobre o Tejo, o aeroporto ou as primeiras estações do metropolitano de Lisboa. Mas também nos mostra a evolução social e cultural da cidade, e temas como a escravatura ou a inquisição (apresentada numa pequena sala escura).

Algumas peças e momentos hão de avivar a memória aos visitantes, e os mais jovens vão surpreender-se com as descobertas. Há imagens da construção do bairro de Alvalade, a maqueta cor-de-rosa do projeto do arquiteto modernista Cristino da Silva para a praça do Areeiro, exposta integralmente pela primeira vez, e o modelo da estátua Soberania, obra do reconhecido escultor Leopoldo de Almeida para a Exposição do Mundo Português, em 1940. Faz-se referência ao incêndio do Chiado e às Festas de Lisboa e destaca-se o projeto de transformação da zona oriental da cidade com a realização da Expo’98, tema que encerra esta nova viagem sobre a História de Lisboa.

O museu pode ser visitado de terça a domingo, das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30) e o bilhete normal custa 3 euros, e pode ser adquirido no local.

Autor:Texto de Susana Lopes / Fotos Museu de Lisboa
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