Através da criação de cartas em vários suportes – da carta sonora à carta desenhada, da carta escrita à carta em vídeo, da carta e mapa militar à carta oral, lida em voz alta, esta iniciativa procurou agir e pensar sobre as relações evidentes e menos evidentes entre os lugares e os seres humanos e não humanos que os habitam e que se influenciam mutuamente. – procuraram-se modos de mais conhecer e viver estes lugares. O projeto BIOS insistiu, no seu terceiro ano de vida, em indagar e pesquisar; em recolher e refletir sobre a vida humana e não humana – ou mais que humana – deste território.
O projeto BIOS tem uma parceria com a Fundação EDP, e foi disseminado por outros concelhos do país, tais como Alfandega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Mirandela, Murça, Alijó, Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, incluindo neste último concelho a Vila de Sendim, numa parceria que se prolongará até 2016.
Em 2013 e 2014, na sua terceira edição, continua a interrogar os BIOS deste território, desta vez centrando-se na questão da Liberdade e da Paisagem:
Que relações existem entre liberdade e paisagem? Em que lugares nos sentimos livres? E quais são os que nos enclausuram ou nos tiram a liberdade? Que características têm estes diferentes lugares? Onde é que gostamos de correr, de caminhar, de sentar, de parar, de ver e olhar, de contemplar?
Este projeto de alcance regional teve início em setembro de 2013 e contou com a adesão de 815 participantes com idades compreendidas entre os 3 e os 85 anos, habitantes dos concelhos de Armamar, Lamego, Peso da Régua, Sabrosa e Vila Real que se envolveram, determinantemente, em inúmeras atividades e contactaram com diferentes práticas artísticas de criadores de paisagens e de liberdades que trabalharam com o Serviço Educativo, a destacar: a cenógrafa Ana Limpinho, a encenadora Inês Vicente, a atriz e encenadora Rafaela Santos, a coreógrafa Joana Providência, o dramaturgo e jornalista Fernando Giestas, o ator e artista sonoro Rodrigo Malvar, e a designer Sónia Santos.
Esta exposição pode ser vista no edifício sede do Museu do Douro, na Régua, todos os dias das 10h00 às 18h00, com entrada livre.
Texto de Susana Sena Lopes Foto da fachada do Museu de António Silva