Os 300 Anos da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI 1716 -2016 é o mote para a nova exposição do Museu Nacional dos Coches, em Belém, que abre hoje ao público.
“Passado um ano da abertura deste espaço museológico (novo edifício do Museu dos Coches) inauguramos agora a exposição da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI em 1716, que foi o ponto alto da ostentação do reinado de D. João V” – fez questão de salientar Silvana Bessone Diretora do Museu, que ouviu ainda o Ministro da Cultura Embaixador Luís Filipe Castro Mendes anunciar publicamente, que “já existem as verbas que faltavam para completar a musealização do espaço, e esta deve estar pronta em 2017” – salientou o Ministro.
A mostra vai ficar instalada na Sala de Exposições Temporárias do Museu, de 9 de julho de 2016 até 15 de janeiro de 2017, e pretende relembrar o período em que as Embaixadas Diplomáticas desempenhavam um papel relevante e influente na História da Europa e do Mundo, e em que as Entradas Solenes nas cortes europeias ficavam na memória, mesmo de quem não as presenciava.
Como foi o caso da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI, a 8 de julho de 1716, e em que se incluíam os três coches aqui em destaque: O Coche do Embaixador, o Coche dos Oceanos e o Coche da Coroação de Lisboa, mandados construir em Roma, e marcados por grupos escultóricos de elevada qualidade artística e cuja mensagem alegórica dá ênfase ao Título de Estado que D. João V possuía por direito, “Senhor da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”.
Estas três peças constituem um conjunto de coches triunfais, que integraram o acervo do Museu, fundado pela Rainha D. Amélia d’Orleães e Bragança em 1905 e agora instalado em novas instalações, e que estão expostas em lugar de destaque.
A exposição, propriamente dita, está instalada na sala de exposições temporárias (entre as duas alas expositivas do piso 1 do edifício), e apresenta pinturas, de que se destaca o quadro do Embaixador D. Rodrigo Annes de Sá Almeida e Meneses (depositado pela família no Museu e pela primeira vez apresentado em público), livros, trombetas, alabardas, casulas de cardeal bordadas, entre outros elementos, ilustrativos e representativos desta expedição diplomática.
De salientar ainda que a Embaixada – encabeçada por D. Rodrigo Annes de Sá Almeida e Meneses, 3º Marquês de Fontes, tinha como intuito obter algumas prerrogativas para a Igreja Portuguesa, tendo o Papa emitido uma Bula a 7 de novembro do mesmo ano, na qual atribuiu o estatuto de Patriarcal à cidade de Lisboa.
Para assinalar a data, os CTT lançam também uma emissão especial do Postal Inteiro (IP), referente ao tema: 300 Anos da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI 1716-2016.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. O bilhete é o de acesso ao Museu e custa 6 euros – o bilhete normal, e 3 euros para estudantes e maiores de 65 anos.
A par da abertura da exposição, abre hoje também ao público, o novo espaço de restauração do Museu – o Lounge Café Cavalo Lusitano, virado para o Jardim da Praça Afonso de Albuquerque e para o Picadeiro Real e Palácio de Belém, e Central Tejo – MAAT.
Aqui vai ser possível experimentar petiscos e pratos de influência tradicional portuguesa da autoria do Chefe Alexis Gregório, acompanhados de vinhos e licores nacionais, sangria, cocktails – como um Porto Tónico Rosé – recomendação da casa, e sumos naturais.
Destaque para a Carruagem de Sabores – Trilogia de sopas frias; Salada Coche dos Oceanos – Selecção de fumados (salmão, bacalhau, atum), selecção de folhas, grisinos, molho de iogurte e hortelã; Tosta D. João V – Foie-gras, maçã caramelizada em Vinho do Porto e rúcula ou um Cavalo Lusitano – o doce da casa.
O espaço dispõe também de uma zona para venda e exposição de artigos artesanais portugueses, conservas, queijos, enchidos, fruta, vinhos, recordações e uma esplanada.