Reportagem de António Silva e Raquel Vaz
Uma vez arrumadas as pranchas de surf, o caminho no Caparica Primavera Surf Fest segue na direção da tenda, onde a festa se prolonga noite dentro. Ontem, foi a sonoridade indie a tomar conta do ambiente, com a presença de Noiserv e You Can’t Win Charlie Brown no palco.
A tenda é uma espécie de ponto de encontro dos atletas que participam nas provas e os amigos que vêm beber um copo e ao mesmo tempo assistir aos concertos.
David Santos abriu a noite com a sua “one man band”: Noiserv. Rodeado de múltiplos instrumentos e a dominar os efeitos de voz, tem um peculiar espetáculo montado que apela não só à sensibilidade auditiva como visual. Enquanto decorre o concerto, há um quadro em construção a ser projetado como cenário que dá cor às notas musicais. Diana Mascarenhas é a responsável pelos contornos digitais que enchem o palco de cor e dão dinâmica a este ambiente mais melancólico. Os nomes dos temas são quase pensamentos, com significado para além da música que os acompanha: “Today is the same as yesterday but yesterday is not today” ou “Don’t say Hi if you don’t have time for a nice goodbye”. Os concertos, uma espécie de sonho no qual entramos e nos sentimos confortáveis. O recurso a instrumentos que são habitualmente manipulados por crianças acentua essa sensação.
[satellite gallery=9 auto=on caption=off thumbs=on]Longe de estar lotado, circulava-se à vontade no recinto. De tal forma, que metade optou por assistir aos concertos sentados nos puffs disponibilizados pela organização. Muitos, preenchiam mesmo o chão e muitas crianças encontravam nestas sonoridades o motor de uma dança única e exclusiva marcada de sorrisos.
Quem se encontrava embalado numa espécie de dormência terá acordado aos primeiros riffs de You Can’t Win Charlie Brown. O sexteto composto por Afonso Cabral, Salvador Menezes, Luís Costa, Tomás Sousa, João Gil e, mais uma vez David Santos, soltou energia no recinto fazendo subir os decibéis. Abriram com temas no mais recente trabalho, Diffraction/Refraction: “Shout”, “After December” e “Fall For You” para depois regressarem a temas mais conhecidos como “Until December” ou I’ve Been Lost” de Chromatic, editado em 2010. Chamaram a atenção para o tema “Over the Sun/ Under the Water”, que seria aquele que mais se enquadraria no contexto deste festival e que também melhor traduziu a inspiração psicadélia da banda, com o arco-iris de luzes a incidir sobre os seus membros. Presença simples, sem qualquer tipo de entretenimento acessório, marcam presença pela música e harmonias vocais. Não há uma voz ou um instrumento que se destaque, eles são mesmo uma banda que funciona em conjunto e percebe-se que há ligação entre eles. Encerraram com “Natural Habitat”.
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A noite noite continuou com a presença habitual de um DJs. Neste caso, os Funkyou2.
Na praia hoje, pode-se assistir a mais eliminatórias da primeira etapa da World Junior Surf League. Ao final do dia, na tenda, o warm up está a cabo do Dj Miguel Nery e Johnny Deep, às 22h00 vai-se sentir o ritmo contagiante dos Batida. A noite fecha com Overule com DJ Rule.
Os bilhetes para o Caparica Primavera Surf Fest encontram-se à venda nos locais habituais e custam 10 euros (dia).