Oscar Murillo estreia-se em Portugal com a exposição Together in Our Spirits (juntos nos nossos espíritos em português). Exposta em três salas do Museu Serralves, tem entrada gratuita e está patente até 26 de maio de 2024.
O artista colombiano criou o projeto Frequencies (frequências em português) há 10 atrás. Desde aí correu o mundo, visitando várias escolas com o intuito de recolher as criações artísticas dos mais novos.
Com uma tela de pano em branco, sem quaisquer materiais de apoio, os alunos dos 10 aos 16 anos são encorajados a desenhar e a pintar o que desejarem.
A vez de Portugal de participar chegou e contou com participações de escolas secundárias e básicas do Norte do país. Os trabalhos criativos estão expostos no hall do museu numa longa mesa de madeira.
É dada a oportunidade de o visitante tocar e folhear as telas, tornando a experiência bastante mais interativa. O intuito deste trabalho é tentar compreender e comparar as diferenças e as semelhanças entre os jovens dos quatro cantos do mundo.
Este espaço também aloja um conjunto de roupas e fatos de trabalho pintados pelo artista. Com motivos da cultura Pop como o Batman, o símbolo da paz e até mesmo logótipos de bandas, estas peças são uma mescla de cor e simbologia que se juntam num pedaço de vestuário só. É algo que leva o visitante a perder-se nas várias referências espalhadas pelo tecido.
Ladeando o hall, temos grandes telas coloridas expostas. As telas com diferentes texturas e irregularidades ilustram “um panorama do modo como uma abordagem multifacetada de temas como a coletividade, a comunidade, o ritual e a espiritualidade, acompanhada de reflexões sobre a desigualdade social, a globalização e as tensões geopolíticas” se desenrolam nos dias de hoje, explica o museu em comunicado.
Após esta mostra inicial, faz-se a subida até á Galeria Contemporânea. Ao entrar na sala, figura uma filmagem tremida e errática do centro de Nova Iorque no pano de fundo. Segundo o artista, serve para evidenciar os murais efetuados para a família Rockefeller pelo mexicano Diego Rivera.
No centro da sala encontram-se várias cadeiras em círculo com quadros suspensos por cima. No centro existe uma tela na mesma posição. Esta predisposição não é ao acaso. Mostra em tempos contemporâneos as disparidades e injustiças com que vivemos diariamente.
As peças finais da mostra, encontram-se na capela da fundação. No coração da capela está um quadro de grande de dimensão colorido. Esta imagem choca deliberadamente com o ambiente solene do edifício religioso.
Numa pequena sala por cima do local de culto, encontra-se um simples quadro, inspirado num postal nepalês.
A exposição organizada pela Fundação de Serralves, é a penúltima exposição a estrear este ano. Integrada no programa Projetos Contemporâneos. Tem como propósito favorecer a produção artística da atualidade.
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 19h00 e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 20h00.
O bilhete para visitar a Fundação de Serralves custa 20 euros e só o Parque 13 euros, e pode ser adquirido no local ou online ( o bilhete inclui acesso ao passadiço ao nível da copa das árvores que permite uma impactante experiência de observação e estudo da fauna e flora de Serralves; TreeTop Walk e ao Parque). A entrada, no primeiro domingo de cada mês, das 10h00 às 13h00, para residentes em Portugal, é gratuita.