Ao quarto dia de Alive, já de pés pesados voltámos ao recinto do Alive, começámos pelo palco Super Bock, tocavam os portugueses Linda Martini. A casa estava meio cheia, e este quarteto sabe muito bem o que fazer ao seu público já fiel.
Infelizmente o som estava com alguns problemas e inicialmente tiveram alguns desafinos, nos quais se notava o descontentamento ao nosso redor. Mas, lá para a quarta música, a coisa já estava alinhada. De estilo maioritariamente instrumental e com uma agressividade intensa, estes quatro amigos de Queluz fazem desta uma banda quase singular.
Ainda não entendemos bem a disposição que a banda escolheu para este dia, normalmente Hélio, o baterista está a meio e desta vez foi colocado à direita, lá bem longe dos restantes elementos, sentimos como se fosse um elemento à parte. Apesar de tudo, os Linda Martini fazem sempre grandes concertos, sejam curtos ou compridos, e de uma intensidade tremenda.
Entretanto os White Lies íam atuar no palco pricipal, e já havia uma série de fãs à sua espera.
Entraram a relembrar que já tinham visitado Portugal, estiveram cá o ano passado em Paredes de Coura (e nós também os vimos). Alegres e simpáticos, com músicas cheias de intensidade, tocaram “To Lose My Life” em coro e o som dos seus já conhecidos acordes de guitarra encheram um palco tão grande. Passaram por “Death” e fecharam com “Bigger than Us” acompanhado pelos cantares vindos do público.
E no palco Super Bock estavam os Foals. Estes ingleses, vindos de Oxford entraram determinados a explodir com os fãs, e fizeram deste concerto um momento memorável. De início ao fim e com fãs a saber de trás para a frente as letras, com um vocalista cheio de força, Yannis Philippakis fez o que quis desta tenda, que estava cheia, ao rubro, num splendor único. Uma surpresa, para todos.
A aposta deste concerto centrou-se no último álbum Total Life Forever, mas a verdadeira explosão e a magia fizeram-se em temas como “Cassius” e “Spanish Sahara”, momentos inesquecíveis deste dia. “Que brutalidade” ouvia-se, “Quero mais”, “Isto não pode acabar já”, estávamos perante um público sedento, e uma banda ainda mais sedenta de mostrar trabalho. Uma união perfeita, mas que acabou cedo demais, para desapontamento de ambos.
Mais uma corrida, e estávamos perante os Kaiser Chiefs. Com um ritmo que lhes é característico, ou seja, a abrir, estes ingleses de Leeds, pegaram em temas que já foram sucessos em tantos verões e transformaram o recinto do palco principal num coro quase invejável, em temas como “Everyday I Love You Less and Less” ou “I Predict a Riot”. Ricky Wilson surpreendeu, quando foi até ao bar buscar uma cerveja.
Tv on The Radio a entrar no palco Super Bock, e nós também. Entram a abrir com a magia de “Halfway Home e tinham o público rendido. Tunde Adebimpe estava sereno mas eletrizante, uma mistura qualquer que o põe inquietoe, e a nós também. Talvez seja a falta de David Sitek, talvez não, mas parece que nos transmite uma energia cheia de serenidade com uma mistura de explosividade, que ora nos faz dançar ora nos comove.
O momento do concerto veio com o tão esperado “Wolf Like Me”, aqui sim, largaram-se os fantasmas e fez-se um rio de gente aos pulos. Um rio de gente feliz, os Tv on The Radio também.
Pela primeira vez em terras lusas, a ansiedade dos fãs era notória, prestaram serviço em todas as músicas, sendo que o delírio veio com os temas mais acelarados como “Emergency” e Pessimist, e I’m Pretty Optimistic”. Também se viu uma bela entrega em “Monster”, música nova que faz parte do filme Transformers 3. Hayley veio decidida a marcar os fãs e chegou mesmo a levar umrapaz e uma rapariga ao palco. Terminaram com “Misery Business” e com a cantora a saber dançar à nossa moda.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, os fãs de Paramore abandonaram o local e deram espaço para os fãs de Jane’s Addiction, um público mais adulto, mas mais eufórico, afinal haviam esperado apenas 21 anos para o regresso desta banda. E era Perry Farrell que ía subir ao palco.
O início foi marcado com a guitarra de Dave Navarro, que som singular aquele. “Que mãos, que dedos”, ouvia-se! Sempre prontos a marcar a diferença, estes entraram em cena com duas bailarinas suspensas, pela pele. Sim, pele. Isto é mais que um concerto, é um espetáculo do início ao fim. Sempre com bailarinas À mistura, danças eróticas e sadomasoquismos aparte, deram um belo espetáculo.
Sempre que soavam temas como “Ain’t no right”, “TedJust Admiti t”, “Been Caught Stealing” e “Whores” havia entre nós, explosões. Explosões a todos os níveis. Era mesmo o Perry Farrell ali tão perto, eram mesmo os Jane’s Addiction. O concerto terminou com uma memorável chuva de confettis, que trás de volta a banda para dizer com “Jane Says”. Um concerto curto, que devia ter dado mais um hora e cá os esperamos (21 anos outra vez não, por favor) para um concerto em nome próprio.
Depois dá-se o abandono deste palco, mas a festa ainda estava longe de terminar, faltavam os “Duck Sauce”. Estes foram incasáveis, puseram o público a dançar do início ao fim, sendo o momento alto da noite com todo o recinto a cantar “Barbra Streisand”. Um final alegre e dançante este do Optimus Alive 2011.