É uma obra que leva o leitor numa viagem no tempo, até à Lisboa do século XIX, durante o reinado de D.Pedro V e Dona Estefânia.
Os Dias da Febre é uma viagem pelos sons, os cheiros, as cores, as gentes, as casas, os costumes – numa palavra, pela vida – da Lisboa de meados do século XIX.
Mesmo antes da sua publicação, a obra de estreia de João Pedro Marques já tinha conquistado adeptos, como Maria Filomena Mónica, que o considera “um livro estimulante”, já a historiadora Maria Fátima Bonifácio destaca o “enredo de uma notável originalidade e muitíssimo bem construído”, referiram ontem durante a apresentação.
Segundo o autor contou na apresentação, “a obra começou por ser uma ideia vaga mas optimista, uma ideia que partiu das centenas de histórias investigadas ao longo de mais de 20 anos de carreira”.
Apoiada por uma escrita sedutora, o livro “é um cruzamento de ficção e realidade muito estreito”, referiu ainda João Pedro Marques, que se distingue pela subtileza com que transporta o leitor para o quotidiano burguês do século XIX, tornando Os Dias da Febre numa leitura, mais do que agradável … surpreendente.
O livro principia com Elvira Sabrosa descendo a Calçada de Santana e espreitando por entre as cortinas da sua carruagem. Num dado momento, vislumbra Robert Huntley, um inglês que não via desde os tempos da infância, há mais de 20 anos.
Os Dias da Febre narra as circunstâncias que conduziram ao reencontro de Robert e Elvira, e o que dele decorreu. A acção situa-se em 1857, quando Lisboa estava a ser atingida por uma epidemia de febre-amarela que mataria quase 5 mil pessoas.
É nesse contexto trágico, que a intriga se desenvolve, e que o leitor é convidado não só a conviver com as figuras da época, mas também a percorrer a cidade em toda a sua diversidade, dos camarotes do São Carlos às ruas apertadas de Alfama, das enfermarias do Hospital de São José às bancadas das Cortes, dos salões das senhoras das classes altas ao bulício do Café Nicola.
Presente também na sessão de apresentação do livro, esteve o escritor e editor (da Quetzal) Francisco José Viegas, que descreve o livro como “uma história comovente com pormenores que nos fazem sorrir, que estabelece um retrato de Lisboa e que retrata a vida quotidiana da capital de forma romanesca e romântica”.
O livro Os Dias da Febre assume-se mais do que um romance sobre uma epidemia, a morte e o amor, mas também como um documento estimulante e fiel à época que representa, que veria entre as vítimas da febre a sua amada e jovem rainha – Dona Estefânia.