A peça de teatro O Pecado de João Agonia, em que o dramaturgo português Bernardo Santareno expõe as dores de um homem confrontado com a impossibilidade de assumir a sua homossexualidade, regressou esta semana aos palcos, desta vez pela companhia Pequeno Palco de Lisboa no Teatro Turim, em Benfica, numa encenação de Rui Luís Brás.
Representada pela primeira vez em 1969 no Teatro Capitólio, pela Companhia de Teatro Nacional – protagonizada por João Perry e encenada por Rogério Paulo –, O Pecado de João Agonia’ devolve-nos a imagem de um país política, social e sexualmente reprimido.
O espectáculo, que pretende ser um libelo a favor da liberdade individual, é a 16ª produção do Pequeno Palco de Lisboa, uma companhia fundada em 2004 pelo actor e encenador Rui Luís Brás, que conta com dois elencos semi-profissionais, compostos por 18 alunos. O encenador considera que “fazer a montagem deste texto com alunos em início de carreira é um desafio gigantesco a todos os níveis, sobretudo quando falamos de um autor como Bernardo Santareno, que é um caso ímpar na dramaturgia portuguesa”, pode ler-se em comunicado.
A peça conta também com a estreia em teatro do actor Santiago, conhecido pelo seu papel na novela da TVI Espírito Indomável, na qual interpretava a personagem do cabo Passarinho
“O Pecado de João Agonia retrata a história dos Agonia, uma família rural, que aguarda, ansiosamente, o regresso de um dos seus filhos da guerra. Mas uma maldição paira sobre esta família: antes do nascimento de João Agonia, a avó, Rosa, anuncia um “verde destino” do qual João não poderá escapar. João Agonia tenta desesperadamente fugir ao seu destino, recolher-se na clausura da serra e contrariar os seus desejos mais íntimos, esforçando-se por corresponder às expectativas da família. Será possível fugir ao destino?”
A resposta pode ser encontrada até 29 de Maio no Teatro Turim, de quarta a sábado às 21h30 e aos domingos às 17h00. O preço dos bilhetes é de 8 euros.
Por Cristina Alves